Schjelderup vai ao detalhe: "Batia à porta dos treinadores e pedia as chaves do ginásio..."
Jovem, que tinha há muito as águias na sua lista para o futuro, dedicou-se a treinos extra e cuidados para ganhar peso
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O talento demonstrado por Schjelderup no Nordsjaelland levou o Benfica a apostar forte na sua contratação, a troco de uma verba inicial de nove milhões de euros, mas o jovem futebolista de 18 anos já tinha há muito um plano traçado para o seu futuro. Que tinha o Estádio da Luz como um dos cenários possíveis.
Jan Laursen, diretor desportivo do Nordsjaelland, revela o plano do extremo para singrar no mundo do futebol e destaca o seu... "talento no treino". Diz que "nunca" viu "ninguém como ele".
Quem o revela é Jan Laursen, diretor desportivo do Nordsjaelland, contando ainda que o extremo, agora ao serviço dos sub-19 da Noruega enquanto tenta ganhar espaço às ordens de Roger Schmidt, não deixa nada ao acaso. "Foi fantástico tê-lo connosco. Aprendeu muito aqui e nós com ele. É um rapaz muito inteligente. Sei que fez uma lista com alguns clubes que seriam o passo ideal para ele. O Benfica era um dos clubes nessa lista especial", adianta em entrevista ao portal "Goal", a propósito da eleição de Schjelderup como um dos 50 melhores jovens talentos de 2023.
O responsável do clube dinamarquês frisa que se "muitas pessoas dizem que Schjelderup é um talento especial" a sua visão foca-se no seu "talento no treino e como ele queria sempre melhorar". Por isso aplicou-se a fundo.
"É focado e ambicioso e está habituado a fixar desde cedo as suas metas. À noite pedia as chaves do ginásio, num dia de folga ia treinar livres"
"Assim que se mudou para cá disparou imediatamente. Queria melhorar e no primeiro ano connosco ganhou dez quilos num processo entre o departamento físico e de nutrição. Eles viam que ele devia comer muito mais, era uma questão de seguir um programa e o corpo adaptar-se", adianta, reforçando: "Ele é tão focado e ambicioso e está habituado a fixar as suas metas desde cedo. À noite, batia à porta de um dos treinadores ou membros do staff e pedia as chaves do ginásio. Ou num dia de folga ia para o relvado treinar livres ou penáltis. Utilizava até óculos de realidade virtual para melhorar as suas capacidades cognitivas."
"Podes ter potencial, mas se não souberes aproveitá-lo não interessa", atira Jan Laursen, sublinhando: "Nunca vi ninguém como ele."
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Avaliação de clubes e águias mais fortes
Frisando que o Nordsjaelland estava há muito interessado no agora extremo do Benfica, recorda o "longo processo" que levou à sua mudança para a Dinamarca: "Começou provavelmente quando tinha 11 ou 12 anos. Quando ele e a sua família decidiram [em 2020] que queria transferir-se visitaram todos os clubes nos quais estavam interessados." Incluindo emblemas como Liverpool, Tottenham, Juventus, Bayern, Ajax ou PSV.
Pontos: a dimensão encarnada, jogar na Luz repleta e a Champions seduziram o norueguês
"Foi provavelmente o processo mais extensivo de diligência prévia que já vivi. Analisaram questões relevantes como o número de jogadores sub-21 que podem ser inscritos, como o clube está estruturado para desenvolver os jogadores e como treinam. Houve várias visitas e no final, quando decidiram mudar-se para cá, foi baseado simplesmente nas nossas academias e na primeira equipa", revelou, assumindo que não conseguiu lutar contra o interesse do Benfica na sua contratação: "Dissemos para ele ficar e para assumir a grande responsabilidade de lutar no play-off do título, mas o Benfica pode dar-lhe a oportunidade de jogar perante 65 mil pessoas e jogar a Liga dos Campeões. Faz sentido. Na carreira do Andreas não há decisões aleatórias, ele avalia tudo ao pormenor. Tivemos de aceitar que ele estava pronto. Chegou aqui para tornar-se num jogador de topo e ir para um clube de topo e foi isso que aconteceu nestes dois anos. Estamos muito orgulhosos. O seu legado vai continuar, pois é alguém que todos podemos seguir."
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