Schjelderup trabalha a triplicar no Benfica: fintas, rabos no gelo e fome de treino
Numa radiografia ao jovem de 18 anos, ficam curiosidades das suas passagens pelo Bodo/Glimt e Nordsjaelland, assim como da sua opção pelo Benfica para se lançar nos grandes palcos europeus.
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Schjelderup está a trabalhar a triplicar no Seixal de forma a colocar-se ao nível dos novos colegas de equipa, ele que não joga desde 11 de novembro do ano passado.
O novo homem de "cláusula 100 milhões de euros" dos encarnados está a apostar tudo nesta etapa da carreira, uma carreira que o jovem de 18 anos ambiciona levar o mais longe possível.
Nesse sentido, de acordo com informação do canal norueguês TV2, que fez uma radiografia ao percurso do atacante, este faz três treinos diários no Seixal e já só pensa na estreia às ordens de Roger Schmidt.
Schjelderup já esteve olhos nos olhos com outros colossos do futebol europeu antes mas nunca se deslumbrou, isto apesar de ter conhecido as escolas de formação de vários, entre eles Tottenham, Fulham, PSV, Bayern, Atalanta e Juventus, além do seu emblema de sonho assumido, o Liverpool. Entre 2016 e 2020, ainda ao serviço do Bodo/Glimt, o avançado viu, sentiu, experimentou e despertou cobiça. No PSV, por exemplo, onde esteve várias vezes a mostrar-se até aos 16 anos, quando podia já assinar contrato profissional, deixou mesmo marca especial. "Estávamos convencidos de que ele [Schjelderup] iria assinar por nós. Nos meus relatórios, quando ele tinha 13 anos, anotei que o via como um Frenkie De Jong. Sabia sempre onde os colegas estavam, andava sempre dois passos à frente dos adversários", contou Roland Vroomans, chefe dos olheiros do PSV, ao TV2. Na altura, e apesar do apelo do emblema neerlandês, Schjelderup preferiu trocar o Bodo/Glimt pelo Nordsjaelland, que preferiu ao Copenhaga: neste último não lhe foi garantido tempo de jogo suficiente.
Fintas, rabos no gelo e fome de treino
A maturidade é um ponto forte em Schjelderup, como vincou Cato Hansen, técnico do Bodo/Glimt. "Era já fora do comum mesmo em miúdo. Nunca o vi ir-se abaixo, estava sempre focado em melhorar e nunca fez escolhas erradas. Quando se falava com ele, parecia que o fazíamos com alguém que jogou futebol toda uma carreira. Não era o mais forte ou o mais rápido mas compensava isso com leitura de jogo, técnica e uma vontade enorme de treinar. Nos primeiros treinos com os seniores fintava os adultos e deixava-os com o rabo no gelo, punha-os num carrossel", recorda Hansen. O amor ao Bodo/Glimt mostra, também, um pouco de Schjelderup: além dos obrigatórios direitos de formação, o jogador insistiu que este clube receba dez por cento de um valor até cinco milhões de euros numa futura venda. "O Glimt podia ter ficado apenas com uma compensação pela formação mas, assim, receberá uma quantia bastante grande", frisa Cato Hansen.
O Benfica pagou 9 M€ por Schjelderup, podendo chegar aos 14 M€ em objetivos, mais 20 por cento de uma venda futura. Um valor alto por um talento muito disputado e que esteve sob a mira do Sevilha no ano passado. E com o Liverpool, conta a TV2, houve diversas reuniões, além de contactos diretos com Brentford, Clube Brugge (adversário do Benfica na Champions) e Leverkusen. O Nordsjaelland bloqueou os negócios mas o Benfica foi mais forte. "Tínhamos o sonho que Schjelderup terminasse a época no clube. Ele foi claro connosco mas também respeitoso [quanto a sair]. Por isso, entendemos e estamos orgulhosos com este acordo", assumiu Jan Laursen, diretor desportivo do Nordsjaelland, assumindo ter tido cerca de 50 telefonemas com o Benfica antes de fechar negócio.