Renovação de Di María e permanência de Prestianni deixam Schmidt com excesso de dianteiros
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O Benfica mostra este domingo o plantel, ainda incompleto, no jogo de maior mediatismo da sua pré-época, como é a discussão da Eusébio Cup, diante do Feyenoord. Fica a faltar mais um jogo, com o Fulham, e mais de um mês de mercado de transferências aberto. Olhando para o grupo, percebe-se desde já que há uma lacuna por colmatar e um excesso de opções para as três posições atrás do ponta-de-lança, cenário agravado pela renovação de Di María e a decisão de Roger Schmidt, afinal, segurar Prestianni. Como consequência, há saídas em vista e Schjelderup pode ser, de novo, preterido pelo treinador.
O rendimento dos jogadores nos próximos dois jogos e, sobretudo, nos muitos treinos que ainda terão até ao arranque oficial da época - no dia 11 em Famalicão -, irá dissipar dúvidas que o treinador terá e possíveis ofertas concretas por alguns elementos também poderão ajudar nesta “filtragem”. Por agora, e sem contar com o jovem João Rego, que até poderá descer à equipa B, Schmidt tem nove elementos para as duas alas e a posição de segundo avançado ou para atuar como um 10.
O “problema” agravou-se com o acordo para a renovação com Di María e pelo desempenho de alguns jogadores nos jogos de preparação já realizados. Schjelderup teve menos minutos e lesionou-se, devia voltar hoje mas exames complementares descobriram um problema ligamentar que aumenta a paragem em mais quatro semanas. Já Prestianni tem dado nas vistas. E se até estava definido internamente que o jovem argentino iria ser emprestado para ganhar a rodagem que não teria no Benfica, tendo Ajax e PSV surgido como interessados, as suas atuações, como extremo mas, principalmente, no apoio ao ponta-de-lança, a encher o campo na linha da frente, justificam agora a sua continuidade.
Os desequilíbrios causados nos adversários por David Neres, na direita, e a consistência dada à equipa por Aursnes, na esquerda, colocam-nos como opções de primeira linha. Juntam-se a eles João Mário e Rollheiser, que atuam de raiz nessas posições, apesar de ambos poderem pisar terrenos mais recuados, como foi experimentado com sucesso. Falta chegar o titularíssimo Di María, ontem voltou Kokçu, grande candidato à posição 10, e ainda há Tiago Gouveia, que tem sido adaptado a lateral-direito, mas a chegada de outro defesa fará com que conte novamente como extremo.
Marcos Leonardo e uma lacuna atrás
Somando, Schmidt tem então os referidos nove candidatos às três posições atrás do ponta-de-lança, portanto três por posto, mas o lote tem sido aumentado, com êxito, na pré-época pela colocação de Marcos Leonardo como segundo avançado, o que faz aumentar o número de opções, embora, como já referido, ao longo da época alguns possam ser desviados para outras funções. Significa assim que Schjelderup pode voltar a sair, como aconteceu na última época, ao ser cedido ao Nordsjaelland, ele que até era um nome na lista de apostas de Roger Schmidt para 2024/25.
O jogo de hoje pode ajudar a esclarecer dúvidas, num momento em que nos planos da SAD falta completar a contratação de um lateral-direito que possa ser um suplente de qualidade para lutar com Bah. Há nomes em avaliação, abordagens em curso, mas ainda sem um nome cimentado.
Miolo sem Neves
Além da prevista contratação de um lateral-direito, o plantel poderá sofrer mais mexidas, sobretudo com saídas que poderão implicar, algumas delas, reposições. É o caso de João Neves, jovem médio que está a ser negociado com o PSG, estando o processo em fase final de conclusão, permitindo ao Benfica o encaixe de um montante que deverá ascender a 70 milhões de euros e a inclusão de jogadores em sentido inverso. Neste particular, está a ser finalizado o regresso ao Benfica do médio Renato Sanches, formado nas escolas dos encarnados, que deverá ingressar no plantel de Roger Schmidt na condição de emprestado. Tudo deverá ficar concluído no arranque da semana.