TAD deu razão ao recurso do Nacional relativo ao jogo com o Leixões, decisão que altera o topo da classificação do campeonato, mas o Santa Clara não se conforma
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O Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) atendeu aos motivos apresentados pelo Nacional relativamente à utilização do jogador Danrlei, pelo Leixões, e revogou “o acórdão do Conselho de Disciplina da FPF”, que havia arquivado o processo em primeira análise.
SAD do Santa Clara lembra que o processo “é passível de recurso”, travando a euforia dos madeirenses. O Leixões, sancionado com derrota, ainda que sem consequências na tabela, está expectante.
O caso reporta-se à utilização do referido jogador no jogo com o Nacional (adiado de 4 para 28 fevereiro devido à falta de policiamento), quando este atingira nove cartões amarelos no anterior compromisso, frente ao FC Porto B (dia 24). O Leixões tentou desmontar o protesto do Nacional, alegando ter solicitado um esclarecimento ao Departamento Jurídico da Liga, o qual teria vinculado a suspensão efetiva do jogador à divulgação do mapa de castigos, que, neste caso, ocorreu a 29 de fevereiro, já depois do acerto de calendário.
Nessa altura, O JOGO consultara Jerry Silva, especialista em Direito desportivo, que alertou que as cautelas da SAD do Leixões poderiam não ser juridicamente sólidas. Para o efeito, recomendara a consulta do número 4 do Artigo 37.º do Regulamento Disciplinar, onde é especificado que “os jogadores consideram-se automática e preventivamente suspensos até deliberação da Secção Disciplinar”. O acórdão do Colégio Arbitral está em linha, ao considerar que Danrlei deveria ter cumprido a suspensão decorrente no jogo seguinte, frente ao Nacional, apesar de ser um encontro em atraso, que não se realizou na data original.
O acórdão do Colégio Arbitral revogou a primeira decisão do CD, que arquivou o processo, e considera que Danrlei deveria ter cumprido a suspensão no jogo frente ao Nacional
Esta decisão do TAD atribui os três pontos ao Nacional e consequente derrota ao Leixões (o jogo terminara empatado). Facto que cria, agora, confusão do que toca ao título de campeão da II Liga, uma vez que os madeirenses terminam a prova com os mesmos 73 pontos do Santa Clara. O desempate favorece o Nacional, que tem vantagem no confronto direto com os açorianos.
O processo segue na secretaria. O Santa Clara lembrou, em comunicado, que o TAD “ordena que o processo baixe de novo ao Conselho de Disciplina (CD)” e ainda será “passível de recurso” posterior, desta feita para Tribunal central administrativo do Sul.
Rui Alves, presidente do Nacional, em declarações à RTP Madeira, congratulou-se com a deliberação. “É preciso pôr termo a alguma chico-espertice; a justiça tarda, mas não falha”, disse, alertando que poderia ter sido um caso de complicadas implicações desportivas. Já a SAD do Leixões optou por uma postura discreta, preferindo aguardar pela posição do CD.