Sandra Madureira expulsa, contas aprovadas e o memorial de Pinto da Costa: a AG do FC Porto em resumo

Sandra Madureira viu confirmada a expulsão de sócia do FC Porto. A proposta do Conselho Fiscal e Disciplinar foi aprovada por 54% dos 1681 associados que participaram na Assembleia Geral do clube. Foram 908 votos a favor, 710 contra, 60 abstenções e três nulos e brancos. O outro ponto a votação, o Relatório Anual Integrado, que inclui as Contas Individuais e as Contas Consolidadas referentes ao exercício financeiro de 2024/25, foi, sem surpresa, aprovado por larga maioria: 1341 votos a favor, 171 votos contra, 163 abstenções e seis votos brancos e nulos. Ou seja, recebeu a aprovação de 79,8% dos portistas.

A AG começou pouco depois das 9h00 e só terminou perto das 15 horas. Depois do hino e de um minuto de silêncio em memória de Jorge Costa e Diogo Jota, André Villas-Boas fez um balanço do ano passado, aludindo à criação da equipa de futebol feminino, modalidades, obras no Dragão e crescimento do número de sócios, acreditando ser possível chegar aos 250 mil. De seguida, foi apresentado, por Luís Barradas e Heleno Roseira, um requerimento para adiar discussão dos pontos 2 a 5, referentes às expulsões dos associados, até haver decisão transitada em julgado do tribunal referente aos respetivos casos. Foi rejeitado, com 218 votos contra e 137 a favor.

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Sandra Madureira cita Pinto da Costa

Passou-se, então, à apresentação das contas do último exercício por parte de Pereira da Costa e, depois, ficou a saber-se que Vítor Catão e Vítor Aleixo (pai) não compareceram à AG sem terem apresentado justificação válida. Sendo assim, os pontos 2 e 3, referentes aos recursos de ambos, foram retirados de votação e foi mantida a decisão tomada pelo Conselho Fiscal e Disciplinar. Ou seja, a pena de expulsão, sendo agora apenas passível de impugnação por via judicial. A votação do ponto 5, a destituição de Fernando Madureira de sócio foi, conforme o previsto, adiada, visto que o antigo líder dos Super Dragões encontra-se detido, tendo justificação para estar ausente.

Assim, apenas Sandra Madureira fez uso do direito de apresentar a sua defesa, tendo falado na AG. Começou por pedir aos sócios para não gravarem a sua declaração e leu um texto bastante emotivo, em que citou uma frase de Pinto da Costa, dita por este durante a votação da expulsão de José Maria Pedroto. "Há muitos anos que já sou sócio do FC Porto, há mais de 20; quando entrei, já era frase feita que o FC Porto poderia ser o maior clube de Portugal, poderia ser um dos grandes da Europa, e, no entanto, que era a sua massa associativa que o impedia. Verifica-se, desde esse lapso de tempo, que esta frase ainda está atualizada, pelo que proponho que essa frase seja hoje aqui, neste magnífico pavilhão, definitivamente enterrada, para que possamos fazer do clube o maior de Portugal", atirou, terminando com uma garantia. "Só tenho duas certezas: uma que vou morrer, outra que vou morrer portista", disse. Seguiu-se a intervenção de vários sócios a apelar contra a expulsão de Sandra Madureira, entre eles Nuno Pinto da Costa e Francisco J. Marques. O neto do antigo presidente fez um apelo à união dos sócios e o ex-diretor de comunicação considerou que esta era a AG era de desunião e não da união e que cabia ao presidente unir o clube. André Villas-Boas respondeu referindo que não lhe cabe decidir nada, mas sim aos sócios. Às 13h40 abriu-se o período de votação, que só terminou depois das 19h.

Memorial com acesso livre

No período aberto à discussão de outros temas, Villas-Boas aceitou a ideia apresentada por Francisco J. Marques de tornar o memorial de Pinto da Costa de acesso livre, por exemplo, no dia do seu aniversário, tendo referido que, para já, só 20% do material recolhido estava exposto e que espera contactar em breve a família para que possa visitar o espaço. Em equação também a criação da "camisola das camisolas" inteiramente dedicada a Pinto da Costa e aos seus títulos.

A reunião magna deliberou ainda a aprovação por unanimidade de um voto de confiança à Mesa da Assembleia Geral para a elaboração da ata.