O guarda-redes disse à PJ que o agente não chegou a falar do jogo com o Benfica que se realizava dias depois, admitindo que pode não o ter feito pela forma abrupta como Salin recusou categoricamente a proposta.
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O empresário César Boaventura vai a julgamento pela acusação do Ministério Público de ter cometido três crimes de corrupção ativa e um crime de corrupção ativa na forma tentada e em benefício do Benfica, sendo acusado de ter aliciado Cássio e Lionn, jogadores do Rio Ave, além do maritimista Salin, na época 2015/16.
Porém, se os dois primeiros terão afirmado que foram alvo da referida tentativa, este último, segundo o acto de inquirição datado de 10 de dezembro de 2018, contrariou a tese da acusação no depoimento prestado à Polícia Judiciária.
Inquirido em 2018, em Lisboa, o antigo guarda-redes confirmou que foi abordado na via pública, no Funchal, por César Boaventura, tendo este apresentado uma proposta de um clube estrangeiro, o qual não identificou. O agente, segundo Salin, adiantou apenas o salário, de 300 mil euros anuais, que iria auferir, ele que terminava contrato com o Marítimo.
Questionado sobre o tema Benfica, o francês disse à PJ que o agente não chegou a falar do jogo com as águias que se realizava dias depois, admitindo que pode não o ter feito pela forma abrupta como Salin recusou categoricamente a proposta.
O despacho acusatório recorda que as abordagens aos jogadores tiveram lugar dias antes do Rio Ave-Benfica, disputado a 24 de abril de 2016 (31ª jornada) e Marítimo-Benfica, realizado a 8 de maio e referente à 33ª jornada. O mesmo documento acrescenta que o arguido era conhecido como empresário desportivo e mantinha uma relação de confiança e proximidade com Luís Filipe Vieira, na altura presidente do Benfica, e consequentemente com a SAD encarnada.
Refira-se que a SAD do Benfica não pode ser acusada, nem penalizada, pelo facto de César Boaventura não desempenhar qualquer cargo na sociedade encarnada e não terem sido recolhidos indícios de que tenha sido de alguma forma mandatado ou instruído para cometer os referidos crimes de que é acusado.
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