Salgado Zenha: "O acordo que tínhamos com os bancos era muito castrador"

Modelo de negócio e retorno: "O nosso modelo de negócio tem sido assente na formação, esse é o nosso ADN. Aliás, nós, em 2018, quando foi a redução de custos, o natural foi ir apostar na formação e voltar às nossas origens, coisa que sentimos que não estava a acontecer, como achámos que devia estar e isso é fácil de traduzir em números. Nós temos hoje uma Liga portuguesa que é sétima do ranking europeu da UEFA e que está a concorrer nos últimos cinco ou mais anos com outras sete grandes economias europeias, sete grandes países que são as top-5 ligas, mais a Rússia e a Holanda. A Rússia agora saiu e Holanda está em sexto lugar. Destes oito países andaram a concorrer para sete lugares, sendo que os outros sete países são as sete maiores economias europeias. Não por esta ordem. Curiosamente, nós somos a 20.ª, portanto, alguma coisa fazemos bem"

Reestruturação financeira: "O acordo que tínhamos com os bancos era um acordo muito castrador, um acordo com os bancos credores dos bancos é um erro. Era um acordo muito castrador e, portanto, é com a conclusão desse acordo e com a conclusão deste processo de reestruturação financeira que hoje temos mais oxigénio. Os bancos não só controlavam o orçamento, como também ficavam com parte da receita, quando, por exemplo, o Sporting vendia um jogador. Isso já não é assim. Quanto maior o sucesso do Sporting mais acelerava a amortização de dívida e, na verdade, aquilo que nós conseguimos receber acima daquilo que eram as nossas expectativas acabava por ser transferido para os bancos e não ir para a nossa capacidade de investir mais e de expandir. Em ser mais competitivos e, portanto, isso era naturalmente frustrante e, no fundo, estava a limitar a capacidade do Sporting de crescer e isso não era bom para nenhuma das partes".