Salgado Zenha fala da possibilidade de entrada de novo acionista na SAD do Sporting
Sporting garantiu empréstimo obrigacionista de 50 milhões de euros (30 milhões em nova emissão e 20 milhões em operação de troca de obrigações)
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O Sporting apresentou esta segunda-feira, na Euronext, a bolsa de valores de Lisboa, os resultados da subscrições de obrigações Sporting SAD 2024-27, de 30 milhões de euros, e a oferta de troca das obrigações Sporting SAD 2021-24, de 20 milhões de euros, com a procura a superar a oferta. A cerimónia contou com a presença do presidente leonino, Frederico Varandas, e dos administradores da SAD Francisco Salgado Zenha e André Bernardo.
Salgado Zenha, administrador financeiro da SAD leonina, abordou a operação: "Muitíssimo desafiante. Sinal de confiança, não só em nós, mas em toda a gente que fez o caminho para estarmos aqui: quem está no relvado, no campo, na liderança. Esta confiança traduz-se num número recorde de investidores (4240). Muitos quiseram manter-se connosco, é um motivo de orgulho, e estamos a chegar a mais pessoas, a mais investidores. Numa conjuntura adversa inflacionista, ainda assim conseguimos um spread abaixo do que fizemos no passado. Quero reiterar que essa confiança vai obrigar-nos a ser cada vez mais rigorosos. O sucesso desportivo não pode ser alcançado sem sucesso financeiro, estão de braços dados e é o que iremos fazer."
No final, Salgado Zenha falou da "importância de ter uma almofada financeira com estas operações", que podem até "ajudar no mercado de transferências".
"Novo acionista? Chelsea? Nada decidido. A nossa estratégia e política é aumentarmos o leque de alternativas de financiamento. Neste momento não está definido o que vai acontecer nos próximos anos. Vai depender de muitas coisas. Queremos ter gestão financeira e de tesouraria cada vez mais prudente, ter estas almofadas. Por isso estamos a fazer esta operação de troca, não por ser vantajoso, temos custo adicional. É para estarmos disponíveis para pagar o prémio e ter essa almofada. Colocar no mercado ações não está nada decidido. Temos sempre de fazer é ter alternativas em cima da mesa, em funções das necessidades definimos, em funções da estratégia do próximo ciclo, que não está ainda fechada", completou.
"De 40 milhões [do reembolso de empréstimo para 2024] já reduzimos para 20 e ainda temos de 30 de liquidez adicional, que dá-nos um conforto grande para abordar os próximos tempos de forma diferente. Estamos a solidificar posição e dar conforto para abordar estes períodos com mais força que antes. Criamos condições de maior estabilidade para toda a estrutura do Sporting e para o futebol, ter uma capacidade negocial diferente", afirmou, referindo-se ao propósito da operação.
Os leões garantiram a totalidade do empréstimo obrigacionista de 50 milhões de euros, sendo 20 milhões adiamento do reembolso das obrigações que deviam ser pagas este ano, para 2027. O objetivo é reembolsar parte da emissão obrigacionista de 2021, de total de 40 milhões (dos quais há agora a reembolsar em novembro apenas 20 milhões), e financiar a atividade da sociedade. A liquidez resultante é de 30 milhões.
A procura chegou aos 66 435 765 milhões de euros, bastante acima da oferta (ratio de 1,33 vezes).
A operação, a três anos, tem taxa de juro de 5,75%.