Três sócios do V. Guimarães ouvidos por O JOGO entendem que não ficar em quinto lugar não é naturalmente positivo, mas "nada está perdido", apesar de dependerem do vencedor da Taça.
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O empate com o Boavista no Bessa e o triunfo do Gil Vicente sobre o Tondela colocaram um ponto final na esperança do Vitória acabar o campeonato no quinto lugar. A presença na Liga Conferência está agora dependente da derrota do Tondela na final da Taça de Portugal, contra o FC Porto. "É um sentimento de frustração para os sócios do Vitória, que se habituaram à participação nas provas europeias", admitiu Pedro Xavier, ex-presidente da Assembleia Geral.
"Não é bom estar dependente de terceiros. Os sócios têm grande ambição, sempre se habituaram a ver o clube com projeção europeia e, infelizmente, nos últimos tempos tal não tem acontecido. Só podemos lamentar mais um ano em que não concretizámos o quinto lugar, mas nada está perdido", acrescentou, sublinhando que o Vitória tem de seguir "um caminho de auto sustentabilidade". "No futebol é preciso ter poder de antecipação para arranjar contratações que estejam ao nosso alcance em devido tempo. Não se pode endividar indefinidamente e tem de preparar o futuro com sustentabilidade", defendeu, não duvidando que "o presidente saberá o que terá de fazer para que o Vitória possa ter uma equipa competitiva e que tenha a ambição de lutar não só pelo quinto, mas pelo quarto lugar."
António Carvalho, ex-jogador do clube, entende que "os jogadores mostraram profissionalismo, qualidade, embora com oscilações, mas a saída do Marcus Edwards diminuiu a qualidade do plantel e teve alguma influência na parte decisiva". O técnico, que foi "sempre à Taça UEFA" nos oito anos em que jogou no Vitória, aponta o caminho a seguir. "Os sócios do Vitória não estão habituados a ver a equipa fora da Europa e está na hora de formar uma equipa capaz de lutar pelos lugares cimeiros. O Pepa é o treinador indicado para prosseguir o projeto e tem de sentir estabilidade por parte da estrutura."
Também Quim Berto reconhece que "nunca é bom" não atingir "o objetivo mínimo".
"Não sendo possível tem que se agarrar ao sexto. Se o Tondela conquistar a Taça de Portugal será uma época de desilusão, porque o Vitória de Guimarães não atingiu o objetivo de se qualificar para uma prova europeia", apontou. Como o clube "está numa fase de reestruturação", o ex-lateral considera que todos os sócios devem estar "preparados para enfrentar dificuldades". "O mais importante é consolidar o Vitória financeiramente, mesmo que tal motive não ir à Europa", alertou.