SAD e jogadores do Portosantense em rota de colisão, havendo salários em atraso
Plantel tem salários em atraso e há o risco de a equipa não comparecer ao próximo jogo devido a esse incumprimento. Alex Bunbury, presidente da SAD, confirmou a O JOGO que há salários em atraso. Joaquim Evangelista, líder do Sindicato dos Jogadores, denuncia que alojamento e alimentação deixaram de ser pagos.
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O Portosantense, clube da Ilha de Porto Santo, vive uma situação económica frágil, que pode agora comprometer a vertente desportiva, pairando no ar a possibilidade de os jogadores não comparecerem ao próximo jogo da Divisão de Honra da AF Madeira, no reduto do Nacional B.
Os jogadores poderão tomar essa decisão radical devido ao incumprimento da administração da SAD relativamente ao pagamento dos salários. Adicionalmente, houve ainda duas demissões no Conselho de Administração, Alícia Freitas Teixeira e Isabel Sousa Brazão, o que pode comprometer a transferência de verbas a que o clube tem direito, via Governo Regional, e que rondam os 36 mil euros.
O líder da SAD do Portosantense, Alex Bunbury, antigo jogador do Marítimo, confirmou a O JOGO que “há salários em atraso”. “Assumo toda a responsabilidade pela situação. Tive dificuldades com a transferência dos fundos a partir de junho. Tínhamos tudo pronto, mas, infelizmente, a conta não foi aberta devido a dúvidas sobre a origem dos fundos, processo que demorou alguns meses”, justificou-se. Apesar disso, o ex-jogador atira-se à AF Madeira. “Há outros clubes do campeonato que estão na mesma situação. O Portosantense é diferente, porque temos de viajar para a Madeira de 15 em 15 dias e temos alojamento e refeições que os clubes sediados na Madeira não têm de suportar. Por isso, quando surge um problema financeiro, torna-se mais difícil.”
Questionado sobre informações que davam conta de que alguns jogadores teriam sido obrigados a abandonar unidades de alojamento por falta de pagamento, o dirigente garantiu que “ninguém foi expulso”, afirmando ainda estar a fazer tudo “para evitar o cancelamento de jogos”. Alex Bunbury reforçou a esperança de que irá encontrar uma solução: “Estou a trabalhar para que tudo se resolva em breve.”
Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato dos Jogadores, reiterou a O JOGO que “o caso é grave”. “Além do incumprimento das obrigações salariais assumidas para esta época, a única coisa que estava a ser assegurada [hotel e alimentação] deixou de estar, por falta de pagamento do clube, pelo que os jogadores, em particular os estrangeiros, estão numa situação de grande vulnerabilidade”, afirmou, juntando que “já não se trata apenas do ressarcimento pelo período que estiveram ao serviço do clube, é a sua subsistência” que está em causa.
Evangelista garante que o Sindicato irá acionar “os mecanismos necessários para apoiar os jogadores”.