Conversas para a atribuição do nome de Pinto da Costa ao museu pararam, mas desejo do filho agradou
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A impossibilidade de homenagear Pinto da Costa em vida não esmoreceu a vontade de André Villas-Boas atribuir o nome do histórico presidente do FC Porto ao museu do clube. Embora o processo se encontre estagnado, devido à forma como o malogrado dirigente azul e branco acolheu as conclusões da auditoria forense realizada à gestão da SAD durante a última década em que a comandou, O JOGO sabe que o atual elenco diretivo recebeu com satisfação a intenção manifestada por Alexandre Pinto da Costa na gala do jornal “O Gaiense”.
“Como herdeiro legítimo de parte do património do meu pai, e após ser feito o apuramento e divisão legal, tudo o que diz respeito ao espólio desportivo, a um museu fabuloso que o meu pai tinha, onde guardava religiosamente todo e qualquer objeto que lhe foi dado e oferecido ao longo de décadas em que esteve ao serviço do FC Porto, será doado por mim, graciosamente, ao FC Porto. É a minha vontade e tenho a certeza absoluta que ele ficaria contente com esta minha atitude”, revelou o empresário.
O gesto de Alexandre Pinto da Costa foi visto como notável no seio da administração de André Villas-Boas, ainda por cima depois de a família ter emitido um comunicado, poucos dias depois do falecimento de Pinto da Costa, a vincar que iria “cumprir as vontades e desejos expressos anteriormente” pelo “presidente dos presidentes”, de “não participar em nada que envolva as pessoas por ele mencionadas” no livro “Azul até ao Fim”. “Esta opcão não representa qualquer hostilidade em relação ao FC Porto, o clube que o nosso pai e marido amou profundamente desde a infância até ao último dia e serviu durante mais de 60 anos”, lia-se na nota.
Além de reconstituir o memorial que nasceu espontaneamente junto à porta 24 do Estádio do Dragão e de ver o nome de Pinto da Costa no museu, André Villas-Boas expressou ainda o desejo de expor o espólio do antecessor no museu. Assim, a declaração pública de Alexandre Pinto da Costa é considerada um primeiro passo no sentido da concretização dessa vontade. Resta saber o que acontecerá com a parte que ficará na posse da viúva, Cláudia Campo, e da filha, Joana Pinto da Costa, uma vez que o conjunto de bens que possuía ligados ao desporto terá sempre mais sentido quando completo.
Caetano comprou ações de Pinto da Costa
Ex-jogador do FC Porto na formação (1983 a 1985) e, mais tarde, na equipa sénior (1989/90), Agostinho Caetano é agora o terceiro maior acionista individual da SAD do FC Porto. A entrada para o pódio, atrás de António Oliveira (1 651 730 ações) e de Joaquim Oliveira - este através da Olivedesportos (1 502 188) -, deu-se com a aquisição das ações que pertenciam a Pinto da Costa. O antigo médio gastou sensivelmente 350 mil euros para ficar com as 354 483 ações que o anterior presidente dos dragões tinha quando saiu.