Visão diz que o MP enviou para Angola uma carta rogatória no sentido de alargar as investigações.
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A investigação relativa ao processo Saco Azul do Benfica deveria ter sido concluída no dia 13 de março, mas foi prolongada por mais seis meses, até setembro, segundo avançou na quinta-feira a revista Visão.
Esta decisão foi tomada na sequência de um despacho da procuradora-geral da República, Lucília Gago, e chega em sentido contrário à vontade do próprio Benfica, que "em meados de 2021" tomou diligências para arquivar o caso mais cedo, através do pagamento da verba (250 mil euros) que entendia estar em dívida à Autoridade Tributária.
O Benfica não chegou a obter resposta do Ministério Público, que em setembro de 2021 deu seis meses para que fosse concluída uma investigação em que há suspeitas de fraude fiscal e branqueamento de capitais. A Benfica SAD é arguida, assim como Domingos Soares de Oliveira (administrador executivo da SAD), Miguel Moreira (ex-diretor executivo) e três empresas de informática, suspeitas de participarem num esquema de emissão de faturas falsas que culminaram num eventual desvio de 1,9 milhões de euros.
A procuradora Lucília Gago justificou o adiamento da investigação, até setembro, com a necessidade de se efetuarem diligências complementares, nomeadamente em relação a transações "que podem ter passado por Angola". Nesse sentido, aliás, a Visão garante que o Ministério Público já enviou uma carta rogatória a Angola para que seja estabelecida cooperação judicial entre os dois países.