Declarações de Moreno, treinador do Vitória de Guimarães, em conferencia de Imprensa de antevisão ao jogo com o Boavista (domingo, 20h30).
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Clássico: "Melhor fase do V. Guimarães? Concordo. Os resultados falam por si. São cinco jogos consecutivos sem perder, com três vitórias e dois empates, mas isso dá-nos muito pouco para o jogo de amanhã. Percebemos também o passado recente do Boavista, que está há três jogos sem ganhar e foi eliminado da Taça de Portugal por uma equipa [Machico] dos escalões inferiores, mas antes desta série o Boavista teve três vitórias consecutivas, num campeonato tão competitivo como o nosso. Temos é de nos agarrar àquilo que foi a nossa semana de trabalho, que foi muito boa. Sabemos a exigência que vamos ter e reconhecemos a qualidade do Boavista, com jogadores muito interessantes, alguns deles muito experientes e já com alguns anos de casa. Acredito, portanto, que podemos ter um bom jogo no nosso estádio, até porque são dois históricos e com um passado rico no nosso campeonato. É um cenário bom para um bom jogo de futebol, com o objetivo de conquistarmos mais três pontos."
Diferenças entre o Vitória e o Boavista: "A nível de estrutura são duas equipas muito parecidas, porque jogamos no mesmo sistema e a probabilidade de estas duas equipas amanhã se encaixarem no campo é grande. Com bola, o normal é um 3x4x3, sem bola, as duas equipas defendem com uma linha de cinco. Compete-nos a nós encontrar espaços e provocar os nossos atletas a procurar esses espaços. Individualmente não acho que haja assim tantas diferenças. Continuo com a opinião que o nosso campeonato é muito equilibrado, os clubes têm equipas técnicas muito competentes e atletas muito interessantes."
Excesso de confiança: "Garanto não vamos entrar com excesso de confiança. A vitória permite-nos ultrapassar um adversário direto, o Boavista, mas nesta fase do campeonato, à 10.ª jornada, não é tão importante perceber em que lugar vamos acabar. Importante é consolidar aquilo que temos feito e não é por acaso que estamos há cinco jogos sem perder. É mais a isso que nos temos de agarrar e perceber o que temos de melhorar no nosso jogo. Sabemos que vamos ter dificuldades amanhã, mas também acreditamos muito naquilo que fazemos e acreditamos cada vez mais na forma como os nossos atletas treinam. Para mim, como treinador, é aquilo que um líder precisa e isto dá conforto para o jogo."
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André André: "Eu sabia aquilo que o André André nos podia dar. Tive uma conversa com o presidente, a quem fiz perceber que era muito importante integrá-lo no plantel. Ele tem o passado no clube que todos conhecem e tem um número de jogos que é importante no meio de um grupo com tantos jovens. Nunca diferenciámos o tratamento que temos com o André André em relação a outros atletas, depois é uma questão de rendimento. Fomos percebendo os sinais que o André nos ia dando e recordo que há uns tempos, quando me perguntavam por ele, eu dizia que ainda não estava bem, não tinha os índices físicos necessários para a nossa competição. Quando percebemos que tinha condições para nos dar aquilo que esperávamos, é este o resultado. Ele tem dado a resposta e tem dado um contributo muito grande. Para mim não é novidade, até porque partilhei o balneário com ele quando fomos colegas. Conheço-o bem e, por isso, fiz questão que ele fosse integrado. Sinto-me até desconfortável quando me foco num atleta, porque o grupo é que é importante. O André André tem sobressaído, assim como outros atletas, porque temos um grupo muito forte."
Autoavaliação: "Aconteceu tudo tão rapidamente que, nesta fase, penso jogo a jogo, mas há umas semanas pensava dia a dia. Quase nem dá tempo para desfrutar desta posição. É prematuro estarmos a fazer uma avaliação, é preciso mais jogos. Agora é tempo de nos focarmos no trabalho, sabendo que estamos em constante avaliação, porque um mau resultado põe logo em causa tudo aquilo que temos feito. Importante perceber que a equipa sente-se bem e está confiante"
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Rivalidade: "Quando elogio tanto o grupo, não é para ficar bem ou para dar moral aos atletas, é porque são mesmo um grupo fantástico e não me vou cansar de dizer isto. Não é preciso esse tipo de alerta [rivalidade com o Boavista], porque os mais experientes, os capitães, tratam de passar esse tipo de informação. Depois cabe à equipa técnica identificar o Boavista, o jogo deles e o que significa este jogo para todos nós, porque é um histórico deste campeonato. Lembro-me de ser miúdo e estes jogos em Guimarães e no Bessa mexiam com o povo."