O diretor técnico da Academia do Benfica reconhece a importância de encontrar o equilíbrio certo entre a componente desportiva e a financeira
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Pedro Marques, diretor técnico da Academia do Benfica, assinalou esta terça-feira na Web Summit, em Lisboa, a importância de encontrar o equilíbrio perfeito entre a componente desportiva e a financeira. Se um jogador excecional desponta na Academia, quanto mais tempo ficar no clube, mais este beneficia de um ponto de vista desportivo. Por outro lado, se for vendido, quem fica a ganhar são os cofres do clube. Encontrar o momento certo para a transferência é uma das maiores dificuldades deste trabalho.
"É preciso encontrar o equilíbrio certo. Há que ter a noção de que, se a Academia existe, é porque há também a primeira equipa. Estamos ali, essencialmente, para criar valor. Valor para a equipa e valor para o clube. Queremos ajudar os jogadores a encontrar um caminho que os leve à primeira equipa e a ter minutos na primeira equipa até porque, se o conseguirmos, escusamos de estar a comprar um outro jogador exterior ao clube. E esse dinheiro que poupamos nessa posição, podemos usar para reforçar melhor outras posições. Há benefícios desportivos, mas também financeiros. Mas sabemos que não somos o maior tubarão no tanque, no mercado futebolístico. Há outros clubes que querem os nossos jogadores, os nossos jovens, e isso é como um prémio. O desafio é encontrar o equilíbrio entre ambos os lados [vender uns e ter outros na primeira equipa]. Porque se ficam tornam a equipa mais forte e competitiva. E os adeptos gostam disso", declarou Pedro Marques em resposta ao jornalista Pedro Pinto, num painel que também integrava Luisão, embaixador das águias.
"Não estou no clube assim há tanto tempo, mas desde logo senti o alinhamento, a visão e o empenho desde o topo. Desde presidente, à Direção, de Pedro Mil Homens, e da primeira equipa também. E sentimos isso nas facilidades para fazermos o nosso trabalho, no acesso a muita tecnologia. E estamos sempre curiosos a tentar encontrar novas formas que nos ajudem no nosso trabalho. Nós tentamos passar aos jogadores a mística do Benfica e só o conseguimos quando isso é feito desde o topo", disse depois Pedro Marques, em relação a um dos fatores-chave para o sucesso da Academia.
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O dirigente apontou depois a excessiva exposição mediática dos jovens como um dos problemas mais difíceis de contornar, apontando, como solução, a importância dada neste organismo à educação dos jovens. "Nós temos cerca de 500 jogadores e cada um deles tem um caminho pessoal. O objetivo é, através das várias camadas etárias, levá-los ao topo. Esse caminho é feito essencialmente no relvado, mas parte dele é também realizado fora do relvado. Muitos deles formam aqui a sua personalidade e, por isso, é muito importante esse acompanhamento. Dar-lhes um suporte social e escolar, é muito importante para nós também", afirmou.