Jovem médio faz trabalho de força, sobretudo no ginásio, por norma quatro vezes por semana, embora nesta fase, com o número de jogos a aumentar, a carga seja adaptada de forma a evitar a fadiga
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Quem o viu e quem o vê! Em apenas seis meses, Ryan Gauld, o promissor canhoto que o Sporting contratou ao Dundee United ainda com 18 anos, chegou a Alvalade com 63 quilos e aspeto frágil, e em curto espaço de tempo já ganhou cerca de quatro quilos de massa muscular (está agora nos 67 quilos), fundamentais para se afirmar nas sucessivas etapas de adaptação a um novo patamar competitivo, que culminará com a integração plena no plantel principal a curto prazo, reclamando-a em campo com golos e assistências.
Embora se tenha destacado anteontem no Restelo com dois golos ao quarto jogo na equipa principal, o médio criativo escocês tem os pés bem assentes na terra, sendo consciente de que tem de evoluir em alguns aspetos - como o físico - para singrar no futebol ao mais alto nível.
As boas prestações às ordens de Marco Silva não alteram o plano evolutivo traçado pelo atleta, que implica um primeiro ano para crescer e adaptar-se a um novo estilo de futebol até ser integrado em definitivo no plantel na próxima temporada, pois embora disponha de oportunidades nas taças, sabe que, nos terrenos que pisa, tem à sua frente um lote de jogadores como William, Rosell, Adrien, João Mário e André Martins.
O processo de desenvolvimento muscular de Gauld é semelhante ao cumprido por Iuri Medeiros ou Chaby, mas os resultados no escocês são mais significativos. O número de sessões semanais de trabalho de força muscular é variável de acordo com o calendário competitivo (sem jogos a meio da semana cumpre quatro sessões), num programa que tem como especial cuidado a musculatura das pernas, para não causar fadiga impeditiva de treinar ou jogar e para não perder a qualidade técnica que o define como jogador. O criativo ganhou capacidade de choque, vital no confronto direto com os adversários.
Seguido com atenção nas ilhas britânicas, o médio suscitou mesmo um inquérito do jornal "Mirror" que vaticinou a confiança dos conterrâneos no seu sucesso na aventura no Velho Continente e de leão ao peito: desafiados a pronunciarem-se sobre as probabilidades de êxito de Gauld, 82% acreditam que "vai fazer grandes coisas", enquanto 18% auguram-lhe o regresso em breve à Escócia.