Após uma noite passada no Caixa Futebol Campus, o presidente Luís Filipe Vieira, que tencionava deixar cair o técnico e mudou de ideias, só na quinta-feira teve conhecimento desta proposta
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Apesar do momento que o Benfica atravessa e de ter estado muito perto de deixar o clube, por decisão de Luís Filipe Vieira, Rui Vitória até já poderia ter saído das águias, mas o técnico que foi bicampeão nacional rejeitou os milhões da Arábia Saudita, onde seria rival de Jorge Jesus.
Ao que O JOGO apurou, o técnico ribatejano recebeu uma proposta do Al-Nassr há cerca de três semanas, reuniu-se com emissários do clube, mas optou por dar sequência ao trabalho na Luz. Com uma oferta inicial de seis milhões de euros por ano, Rui Vitória encarava com agrado o projeto de um emblema habituado a lutar por títulos e que tem Hélder Cristóvão como técnico interino - o ex-timoneiro do Benfica B ocupa o cargo de diretor-geral e diretor da formação -, mas preferiu permanecer nos encarnados por acreditar que não era o momento para rumar a outras paragens.
O Al-Nassr, da Arábia Saudita, oferecia seis milhões de euros por ano ao técnico para combater o Al-Hilal
Depois da goleada infligida pelo Bayern e dado todo o contexto de contestação em torno de Vitória, o presidente Luís Filipe Vieira tencionava deixar cair o treinador, mas mudou de ideias durante a noite, após "meditar e refletir muito", e só ontem teve conhecimento da proposta do Al-Nassr, na reunião com Mohamed Afzal. "O empresário esteve comigo e quando se sentou [ontem], disse que tudo estava claro com o Rui Vitória. Foi aí que soube da proposta, ele mostrou-me e disse que ele [Vitória] está tão fixado no Benfica que até recusou isto", disse Vieira, que passou a noite de quarta para quinta-feira no Caixa Futebol Campus. "Depois de lhe ter dito que era para continuar, o Rui Vitória decidiu recusar uma proposta onde iria ganhar seis milhões de dólares ou euros por ano. Todos sabem para que país deve ser", confirmou o dirigente na conferência de Imprensa de esclarecimento sobre a continuidade de Rui Vitória.
Também com uma abordagem de um emblema chinês, depois da conversa mantida ontem com Luís Filipe Vieira no Seixal e dos sinais feitos com o polegar erguido à entrada e saída do Caixa Futebol Campus, o treinador das águias tem a firme convicção de que ficará à frente do clube até ao final da temporada. Tal como na primeira época na Luz, em que também teve um início atribulado, com a derrota na Supertaça diante do Sporting de Jesus, Rui Vitória acredita de forma convicta que será possível dar a volta ao atual momento. Fiel ao projeto encarnado e à aposta na formação, mesmo com a queda para a Liga Europa, Vitória crê poder operar uma reviravolta no atual rumo.