Avançado foi emprestado pela terceira época seguida pelo FC Porto, depois de ter vivido dias de glória na época de 2016/17. Ainda hoje não encontra razões para a queda abrupta.
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Sair da II Liga para a II B espanhola pode ser visto por muitos como um passo atrás, mas Rui Pedro refere, em entrevista a O JOGO, que pode ser o ideal para relançar uma carreira que prometia muito em 2016, quando se estreou pelo FC Porto. Daí para cá foi cedido três vezes e não sabe se alguma vez voltará ao clube do coração.
Que motivos o levaram a abraçar uma aventura no estrangeiro?
-Tinha outras propostas, mas optei pelo Granada porque, apesar de estar a jogar na equipa B, estou muito perto da equipa principal. A possibilidade de mostrar o meu valor e a minha qualidade é muito grande, não porque esteja a trabalhar de forma diferente, mas porque me têm dado muito valor. Estou a sentir-me muito bem.
Essa valorização foi crucial na decisão?
-Sim. A força que fizeram para me ter aqui foi tal que não tive outra escolha. A forma como me abordaram na primeira vez que falámos fez-me decidir vir de imediato.
É o terceiro ano cedido pelo FC Porto. Ainda sonha jogar no clube ou vê essa porta a fechar-se?
-Não sei. Neste momento estou a 200 por cento no Granada e não penso no FC Porto. Mas... não sei.
Onde esperava estar nesta fase, depois da passagem pela equipa A em 2016/17?
-Costumo dizer que o que tem de ser, é; e o que terá de ser, será. Agora, as coisas não correram como queria. Ainda hoje não percebo muito bem o que aconteceu e muitas coisas que se falaram de mim. Essas coisas nunca me afetaram, mas a verdade é que de um momento para o outro passei do cem para o zero.
Sente-se a começar do zero?
-É como se fosse. Vou agarrar esta oportunidade com unhas e dentes, como faço sempre. Neste momento estou feliz com o que tenho. Sou humilde, nunca me deixei iludir com as coisas e tenho noção que tem de ser dia a dia. No futebol de hoje, podes não valer nada nesta altura, mas depois já és o rei.
O Granada é uma espécie de rampa de lançamento?
-Estou no clube ideal para provar o meu valor, porque se atingir o patamar que pretendo no Granada, que é a equipa principal, poderei estrear-me em La Liga, que é a melhor liga do mundo, a par da Premier League. Tive várias passagens ao longo da minha carreira, passando do FC Porto para o Boavista, que é um grande clube; depois o Varzim, onde dei tudo e onde adorei estar, pelo facto de as pessoas serem fantásticas, o clube é humilde e o ambiente no estádio é fantástico; e aqui é voltar aos grandes palcos, jogamos sempre em estádios muitos bons e estamos sempre muito perto da equipa A. Vamos ver.
"Espero estrear-me na equipa A"
A estreia pelo clube andaluz deu-se na equipa B, frente ao San Fernando, na II divisão B espanhola, mas os olhos de Rui Pedro só olham para cima. Estrear-se em La Liga é a grande ambição.
Como tem sido a adaptação ao Granada?
-Tem sido muito fácil, porque tive um apoio espetacular dos treinadores e dos meus companheiros. Aqui há vários portugueses e o Rui [Silva] tem sido fantástico, tem-me ajudado imenso. É um guarda-redes de topo mundial e ainda vai dar muito dinheiro ao Granada. Mas o futebol muda muito.
O que espera retirar desta experiência?
-Espero que me ajude a crescer como homem e como jogador. É muito bom estar em Espanha e só espero poder estrear-me pela equipa principal do Granada, porque sou muito acarinhado pelas pessoas no clube e vou trabalhar para retribuir o que têm feito.
"Por vezes ainda vejo o golo que fiz ao Braga"
A estreia na I Liga de Rui Pedro, a 3 de dezembro de 2016, foi um sonho para qualquer avançado. Lançado para os derradeiros 15 minutos de um jogo em que o FC Porto não conseguia desfazer o nulo com o Braga, o internacional jovem português fugiu à defesa arsenalista no quinto minuto do período de descontos e, à saída de Marafona, fez a bola passar por cima do guarda-redes. Um momento que não consegue esquecer. "Não sou uma pessoa que ligue muito ao passado; até procuro desligar-me disso. Mas por vezes vejo esse golo, porque o FC Porto é o clube do meu coração, tinha o sonho de jogar por ele e cheguei lá", refere.
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