Rui Martins é autor do depósito do cheque bancário destinado ao árbitro assistente José Cardinal na agência bancária na Madeira.
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Rui Martins confirmou esta tarde, no julgamento que decorre no Campus de Justiça, em Lisboa, ter estado no Funchal para fazer o depósito "em determinado NIB", destinado ao árbitro assistente José Cardinal, a mando de Paulo Pereira Cristóvão.
O antigo funcionário da Primus Lex, uma empresa de Paulo Pereira Cristóvão, confirmou ter viajado até ao Funchal, a pedido do antigo vice-presidente 'leonino', para fazer um depósito de 2000 euros, em dinheiro, numa conta da qual tinha apenas o número de identificação bancária (NIB).
"A 19 de dezembro de 2011, pediu-me dados pessoais para comprar bilhetes de avião e ordenou-me que fosse à Madeira fazer um depósito", explicou, acrescentando: "A pedido dele não assinei o meu nome no talão de depósito, fiz apenas um rabisco (...) e quando regressei a Lisboa entreguei o talão à secretária".
Em causa está um depósito de 2000 euros feito na conta de José Cardinal, dias antes de um jogo entre o Sporting e o Marítimo, para qual o árbitro assistente estava nomeado.
Ouvido esta tarde no âmbito do "Caso Cardinal", Rui Martins explicou ainda ter recebido instruções de Paulo Pereira Cristóvão para destruir a roupa utilizada na viagem à cidade madeirense.
A testemunha disse desconhecer a existência de listas com dados pessoais de árbitros e jogadores, mas admitiu ter feito vigilância à casa de três futebolistas do Sporting: Jeffrén, Carrillo e Onyewu.
"Havia jogadores que eram mais problemáticos, o que me era pedido era para ver se eles estavam em casa a partir de certa hora. Eu passava pelas casas e via se havia luz acesa e se os carros estavam estacionados", explicou.