Rui Ferreira abordou a estreia em casa como treinador do Aves SAD com naturalidade e tranquilidade. O técnico não acredita em fragilidades por parte do líder do campeonato que recebe este domingo
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Análise à equipa após o empate na estreia, em Vila do Conde, com o Rio Ave: "Temos um grupo que quer muito melhorar. E dentro da energia que me caracteriza, a mim e à minha equipa técnica, queremos contagiá-los para que possamos evoluir e prolongar ainda mais o que fizermos em Vila do Conde no último jogo, principalmente na primeira meia hora. Queremos melhorar e, urgentemente, sair da situação desconfortável onde estamos, mas para isso, precisamos de pontos, precisamos de ganhar jogos e é nesse sentido que trabalhamos.”
Momento do Sporting, afetado com muitas lesões: "Vamos encontrar um Sporting forte, não acredito em fragilidades, por uma razão muito simples. Se formos avaliar os jogadores disponíveis no Sporting, estaremos aqui a falar da composição do meio-campo, entre os dois elementos mais recuados, que poderá passar pelo Debast. Um jogador que já desenvolveu essa posição, mesmo não estando no Sporting fragilizado. Já foi uma experiência desenvolvida pelo Rui Borges. E outra ocupação, o outro lugar ao lado que, seguramente, poderá passar, por mais uma oportunidade, algum jovem da cantera do Sporting. Aquilo que eu vejo no Sporting são os jogadores titulares, jogadores que descansaram, como o Gyokeres, o Trincão. É um sinal claro daquilo que passou a ser a prioridade para o Sporting esta semana. E a prioridade, claramente, foi este jogo. Portanto, esperamos um Sporting forte. Convicto, com toda a certeza, que vem para ganhar. E temos de contrariar essas forças.”
Estreia na I Liga diante de um grande, depois de ter defrontado o FC Porto, para a Taça de Portugal: “Não tenho sentimento nenhum. É mais um jogo na minha carreira. É um jogo que é preparado da melhor maneira possível para que possamos apresentar-nos fortes, porque queremos muito jogar em casa e mostrar que queremos ganhar. Temos de mostrar essa ambição, mas vamos encontrar um Sporting difícil, não fragilizado, como pode parecer ou querem fazer parecer. Muito pelo contrário. Um Sporting está com muita vontade de vencer, porque já não vence fora desde Vila do Conde e, portanto, quer vencer também, precisa conquistar pontos e quer ser campeão. E, portanto, não estamos à espera de facilidades. Não interessa muito aquilo que é o meu estado de espírito, se estou a estrear-me. Nunca considerei isto uma estreia. Efetivamente é uma estreia, naquilo que foi a jornada anterior. Mas eu nunca considerei que tivesse saído da I Liga. Na minha cabeça sempre senti que queria continuar, estava a trabalhar, estava preparado para que isso pudesse acontecer. No seu tempo iria acontecer e aconteceu. E, portanto, encarei isto de forma muito natural. É um trajeto normal e tenho de pensar naquilo que é o momento. E o momento é preparar a minha equipa da melhor maneira possível para poder estar preparado.”
Que ilações tira do jogo de Vila do Conde? "Os jogadores têm de acreditar nas suas capacidades, não podemos fugir da nossa realidade. Não gosto de floreados ou 'mind games'. Não podemos deixar de chamar a nós algumas responsabilidade e pressão. Não podemos olhar para o lado e pensar que temos o Lucas Fernandes, que jogou no Botafogo, ou o Lucas Piazon, que jogou no Chelsea, têm nome, perceber que temos jogadores que já foram campeões noutras ligas. O que transmitimos aos jogadores é responsabilidade, temos de acreditar que aquilo que já fizeram pode ser feito novamente. Acreditamos no trabalho dos jogadores, mas espero que estejam crentes na nossa metodologia."
A estratégia passa mais por trabalhar o sistema com a sua equipa? "A nossa forma de trabalhar é simples: passar aquilo que pretendemos para a nossa equipa, os nossos valores e isso é fundamental. E também trabalhar sobre o adversário, sabendo as forças e as fragilidades. É neste sentido, agora, se há jogos que têm mais mediatismo que outros os jogadores têm de perceber que todos têm de ser encarados da mesma forma. Não quero que a minha equipa tema ninguém, mas também não quero que ache que é a melhor. Temos que respeitar com muito trabalho, com as mangas bem arregaçadas, com talento e com muita transpiração, muita criação. Tudo isso junto, servirá para construirmos uma boa equipa, seguramente."