Declarações de Rui Ferreira, treinador do Aves SAD, após a derrota por 2-0 com o FC Porto, no Estádio do Dragão
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Estratégia completamente condicionada com a expulsão do Nacho no primeiro lance do segundo tempo? “Sim, exatamente isso. Sabíamos que íamos encontrar um FC Porto forte, por todas as condicionantes e por tudo o que o FC Porto tem vivido. Não estávamos à espera de facilidade. A primeira oportunidade foi nossa. Tudo poderia ser diferente, iríamos jogar muito com a intranquilidade do FC Porto, seguramente, não conseguimos, porque não finalizámos. Mas mesmo assim acho que estivemos bem, fizemos uma boa primeira parte, em que tivemos de condicionar algumas jogadas do FC Porto, outras não foram finalizadas, também por algum azar, é verdade, também tem que se dizer. Tivemos um bom comportamento, e mesmo a perder 1-0, nós sentíamos que na abordagem à segunda parte poderíamos fazer mais, poderíamos chegar ao golo, acreditávamos muito naquilo que tínhamos de fazer, e portanto fomos à luta. Agora, é difícil quando nós aos 20 segundos fazemos uma falta como fizemos, que nos dá origem ao segundo amarelo. Assumo a culpa, porque num momento desses, se calhar pede-se que nós possamos proceder à substituição, a verdade é que nós debatemos sobre isso, tentámos perceber se seria a melhor solução ou não, optámos por dar um bocado mais de tempo naquilo que é a confiança do próprio jogador, e na inteligência também, na gestão desse cartão, porque senão, sempre que um jogador levar cartão amarelo, estamos condicionados e é difícil. O próprio Vasco [Lopes] levou amarelo, e nós mesmo assim aguentámos o Vasco, porque estava bem no jogo e portanto faz parte. Mas a verdade é que fomos ingénuos e ao ficarmos reduzidos tornou-se muito mais difícil. Agora é de salientar aquilo que foi a atitude dos jogadores, foram bravos, deram tudo aquilo que podiam, e mesmo assim tivemos a oportunidade de fazer o golo, mas não conseguimos. Tirar as coisas boas que tivemos nesta noite, mas fazer meu culpa pelo facto de podermos ter feito muito mais, mas com 11. E não conseguimos.”
Mora e Pepê no onze surpreendeu? “Nós sabíamos que eles estavam convocados, portanto, se estariam prontos para jogo ou não, isso seria sempre uma incerteza, mas se estão convocados, parte-se do princípio que estarão prontos. A forma como nós preparámos os jogadores durante a semana foi para a flexibilidade tática que existe neste FC Porto. Estamos a preparar para uma linha de 3 ou para uma linha de 4, portanto sabemos que é uma equipa muito dinâmica. Com a qualidade desses mesmos jogadores é normal que o treinador os queira colocar em campo, como aconteceu, mas isso de certa maneira não nos surpreendeu. O que nos surpreendeu, de alguma forma, foi a forma como nós tivemos a possibilidade de fazer o golo e não fizemos. E é com isso que temos de ficar surpreendidos e temos que fazer mea culpa, temos que corrigir, temos que melhorar nesse aspeto, no sentido de ter a possibilidade de colocar o adversário sempre em sofrimento e não nós. Tivemos uma boa oportunidade, não conseguimos e, portanto, temos que aprender com o erro da não-finalização, com o erro da expulsão, mas tirar coisas boas. E hoje também tiramos coisas boas para o nosso futuro.”
Equipa precisa de uma reação forte, neste ciclo de duas derrotas consecutivas? “Sim, é verdade, nós não tivemos um bom desempenho na jornada passada, principalmente por jogarmos em casa, pedia-se que fizéssemos muito mais. Não fizemos, mas os jogadores aceitaram, nós aceitamos que não estivemos no nosso melhor registo. Hoje penso que melhorámos, apesar de termos perdido, fizemos coisas muito boas. Agora é agarrar-nos àquilo que fizemos bem, corrigir o que fizemos mal, para seguramente estarmos fortes na próxima jornada. Vamos seguramente estar fortes e confiantes naquilo que os jogadores fizeram hoje e que têm feito nas jornadas anteriores. Vamos dar uma resposta positiva e com certeza e convicção de que vamos permanecer na I Liga.”