Emocionado, Rui Duarte apontou ainda que o objetivo da equipa agora passa por se aproximar do terceiro lugar e do play-off. Gostava de ter mais apoio dos adeptos
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Críticas para os adeptos e comunicação social. Foi um Rui Duarte visivelmente emocionado porque teve jogadores a trabalhar longe das famílias no Natal, que pediu, numa conferência de antevisão à partida frente à Oliveirense que demorou quase 25 minutos, união em torno do clube. Pediu união, mas também deixou críticas. Primeiro, aos adeptos, dos quais defende, deviam passar mais apoio aos jogadores.
"Precisamos desse carinho e de afeto. Claro que temos de ser nós a puxar os adeptos para o nosso lado. Quando as coisas não acontecem e sofremos um golo e não sentimos o calor do nosso lado, os jogadores sentem muito e, obviamente, isso depois vira-se contra nós. E o que queremos é justamente o contrário, ou seja, que as coisas funcionem e que haja essa sinergia entre os nossos adeptos e a equipa. Mas tudo isto tem a ver com a confiança, com o momento, com aquilo que muitas vezes escrevem sobre nós".
Depois, dirigiu-se à comunicação social. "Isto não é uma crítica, mas a comunicação social tem a tendência de olhar muito para o copo meio vazio, nunca olhando para o copo meio cheio".
Depois complementou. "Não nos queixamos de falta de apoio. Os adeptos querem estar connosco e acreditam que vamos ganhar. Agora temos de perceber que há situações que nos puxam o tapete e nos deixam com falta de confiança".
Em seguida, deu mesmo o peito às balas para assumir responsabilidade pelos resultados. "Quem está deste lado quer o melhor para a equipa e quer o melhor para o clube, retribuindo aos adeptos a presença deles no estádio e o carinho que nos dão. Este é um clube grande e com adeptos especiais, mas que os nossos adeptos apoiem a equipa e, no fim, se as coisas correrem mal, se virem contra o treinador, pois estou cá para dar a cara", defendeu.
Play-off não é miragem
A 12 pontos dos lugares de acesso direto à I Liga Rui Duarte apontou o caminho do playoff. "Estamos apenas a 6 pontos do play-off e acreditamos que podemos ganhar os próximos jogos e, desse modo, aproximarmo-nos do terceiro lugar. Neste momento, e embora seja um objectivo, não direi redutor para aquilo que eram as expectativas iniciais, mas sim o mínimo que pode realmente dar acesso à subida". Por isso, para já, fica pelo "objetivo mínimo", que é "andar mais à frente e nos aproximarmos do terceiro lugar".
Sobre a Oliveirense, o treinador maritimista alerta que se trata "de um adversário competente e que tem perdido os seus jogos por um golo e, ainda agora em Viseu, fez a vida negra ao Académico e só por acaso não ganhou". E acrescentou. "Os adeptos não podem pensar que este jogo serão favas contadas. Os jogadores estão avisados e, por isso, espero um jogo difícil, para o que trabalhamos bem nestas duas semanas de trabalho", sublinha.
À espera de reforços
O técnico dos verde-rubros não quis falar abertamente da necessidade de reforços, mas afirmou que precisa de jogadores de perfil diferente. "Para o que quero para o Marítimo, há jogadores que não têm o perfil certo, o que também se tem reflectido nos resultados, mas acredito que com jogadores com perfil diferente possamos ser mais fortes. E isso vai acontecer naturalmente, as coisas estão a ser trabalhadas, mas agora o foco é apenas a Oliveirense e, para tanto, acreditamos muito no que fazemos".