Rui Costa vai apertar o cinto no Benfica e Seixal volta a ser a aposta principal
A intenção do líder das águias é, já na próxima época, começar a reduzir claramente o investimento no futebol.
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Uma viragem acentuada, para não dizer profunda. É assim que se começa a perspetivar a nova política do Benfica para o futebol profissional, pelo menos segundo as indicações que o atual presidente, Rui Costa, vai deixando para o futuro imediato.
Ao contrário das últimas épocas sob a gestão do antecessor, Luís Filipe Vieira, onde largos milhões foram sendo lançados ao mercado em aquisições para o plantel encarnado e nem sempre com o equivalente retorno desportivo, Rui Costa entende que é tempo de voltar a olhar de forma marcante para o talento que pode sair do Seixal e, ao mesmo tempo, reduzir o investimento externo.
A mais recente janela de mercado, encerrada no final do mês passado, já deixou no ar sinais desta mudança de estratégia do "Maestro" no que diz respeito à gestão dos dinheiros da SAD. Com um investimento zero no plantel principal neste mercado de inverno, ao contrário do que, por exemplo, os rivais FC Porto e Sporting fizeram, o Benfica apenas concretizou a aquisição do jovem Tiago Coser (Chapecoense), mas este já com destino imediato traçado para a equipa B. Quanto ao resto, houve uma tentativa de satisfazer o desejo do novo técnico, Nélson Veríssimo, em ter um grupo de trabalho mais reduzido e mais competitivo: mesmo não sendo conseguido todo o "emagrecimento" desejado, saíram Ferro e Gedson, atletas que não contavam nem para Jorge Jesus nem para o seu sucessor. "O projeto futuro passará sempre por um misto de formação e de contratação de jogadores que tragam experiência e um rendimento altíssimo [...]. Há o objetivo de cada vez mais criar espaço para o jogador da casa", frisou Rui Costa na entrevista à BTV a 12 de janeiro passado. Uma mensagem que já indicia o que se segue na gestão encarnada em 2022/23 depois de, nas últimas duas temporadas, o Benfica ter investido cerca de 130 milhões de euros em contratações, com reduzido sucesso desportivo.