O presidente da SAD do Benfica utilizou a evolução tecnológica do clube como exemplo para justificar a confiança nas decisões dos restantes dirigentes relativamente aos serviços prestados pela empresa Questão Flexível
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Rui Costa, presidente da SAD do Benfica, admitiu, esta quarta-feira, no primeiro dia do julgamento do processo Saco Azul, que não acompanhava de perto a situação contratual dos encarnados com a empresa Questão Flexível. No entanto, o dirigente, que era, à época destes acontecimentos, diretor desportivo das águias, afirmou que não desconfiou da prestação dos serviços de informática que terão sido prestados pela empresa: “Na altura, era administrador do clube, não tenho muito para acrescentar à matéria. Não eram coisas do meu âmbito, quando se levantou a questão, foi explicada a razão deste contrato, nada me leva a crer que o contrato não tenha sido importante para o clube. Os contratos de serviços informáticos não passavam por mim. Posso garantir que, quando se levantou essa questão, foi dada uma explicação plausível.”
O presidente das sociedades ligadas ao Benfica explicou, ainda, que as suas funções como administrador estavam concentradas, essencialmente, no aspeto desportivo: “O Benfica é um universo muito grande. Na altura, o meu papel era muito ligado ao futebol, ao planeamento da equipa, a minha presença no Benfica era nesse âmbito. Não tenho conhecimentos de informática, não tenho a certeza do que possa dizer sobre esta área. Em matéria de informática, apenas tratei de questões relacionadas com a prospeção e programação para essa área. O Benfica tem evoluído em termos tecnológicos de ano para ano, não sei dizer se isso tem a ver com esta empresa, com outras empresas externas, ou com o nosso desenvolvimento interno. Não consigo dizer se uma app foi feita por uma determinada pessoa. Consigo dizer que o Benfica teve uma evolução muito grande nos últimos 20 anos, muita gente trabalhou para esta evolução, agora, não consigo dizer quais são as empresas que o fizeram.”
Rui Costa garantiu, ainda, que não se apercebeu de qualquer “utilização de dinheiro vivo no clube”, e apontou ainda que o Benfica “foi prejudicado desportivamente” pelo impacto mediático do processo Saco Azul.
O presidente da SAD do Benfica e da Benfica Estádio, Rui Costa, não é arguido no processo, mas prestou declarações no Tribunal Central Criminal de Lisboa na qualidade de representante das duas sociedades, que são arguidas neste processo. Os representantes legais de Rui Costa pediram ao tribunal para dispensar o dirigente da segunda parte do primeiro dia de audiências, para este se juntar à equipa de futebol profissional que disputa, esta quarta-feira, a primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal com o Tirsense, em Barcelos, às 20h45.
Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, Domingos Soares de Oliveira e Miguel Moreira, administradores do clube, e José Domingues, administrador da empresa Questão Flexível, são arguidos do processo, e respondem em tribunal por crimes de fraude fiscal qualificada e falsificação de documentos.