Rui Costa, em entrevista à BTV, fala das movimentações de mercado do Benfica na janela de transferências de verão em 2024.
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A saída de Marcos Leonardo: "O caso do Marcos Leonardo é diferente. Tem a ver com a estratégia desportiva da equipa e com a formação do plantel. Uma das posições que entendemos reforçar com Pavlidis, não querendo trazer azar, parece que tem justificado, e de que maneira, a sua aquisição. Num plantel apontado para jogar com um avançado, no máximo dois, planeámos ter apenas dois pontas de lança de área e mais um jogador que pudesse atuar tanto como 9 e meia-9, daí a contratação de Zeki Amdouni. Não íamos ficar com todos os pontas-de-lança. Por isso, Marcos Leonardo saiu no final, assim como Tengstedt. Ficámos com Pavlidis, Arthur Cabral e Zeki Amdouni. Fomos evitando propostas e rejeitando, até que chegou uma oferta de 40 milhões de euros. Sejamos claros, e apesar de considerarmos a mais-valia do jogador e o seu elevado potencial de progressão, estas mais-valias só acontecem se o jogador jogar. Ter no plantel um jogador com uma proposta de 40 milhões de euros, que não seria titular e não teria os minutos esperados, tornava quase inevitável aceitar a proposta por um jogador que, como suplente, já estava a valer 40 milhões. Em termos de estratégia desportiva, foi muito relevante o facto de querermos dois pontas de lança de área, mais um jogador que pudesse fazer ambas as funções, e assim completámos o plantel."
Sobre a saída de David Neres: "Apesar de toda a sua qualidade, que é inegável, e de tudo o que de bom fez no Benfica, David Neres não deixa de ser um jogador de 27 anos que oscilou muito entre a titularidade e a não titularidade. É, sem dúvida, um jogador extraordinário, mas oscilou. Já no ano passado houve propostas, e da parte dele existia alguma ideia de mudar de ares. Pensámos que o melhor seria ele continuar, e houve mais propostas até chegar a do Nápoles. Inicialmente, a oferta era mais baixa, mas depois chegou a estes valores, para um campeonato que também lhe agradava. Entendemos que, em termos de formação do plantel, podíamos ter outras opções, jogadores com características diferentes. A saída dele implicou, então, a vinda de Kerem [Akturkoglu], que joga nos dois flancos, ao contrário do Neres, que preferia muito mais jogar pela direita. Aceitámos a saída por um valor substancial para um jogador de 27 anos que não era titular indiscutível da equipa. Entendemos que foi bom para ambas as partes, e procurámos uma solução diferente."