Rui Costa falou do pagamento de comissões e do fair-play financeiro: "É sempre um tema muito crítico..."
Rui Costa, em entrevista à BTV, fala das movimentações de mercado do Benfica na janela de transferências de verão em 2024.
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Análise comparativa do mercado de transferências: Vendemos mais do que comprámos: 144,7 milhões de euros de receita e 40 milhões de euros de investimento, sendo que estes 40 milhões podem incluir jogadores emprestados que têm opção de compra. Olhando para este resultado, passo a explicar o exercício do Benfica. Tivemos um resultado negativo acima dos 30 milhões de euros; não quero embelezar, mas os resultados dependem muito do timing da venda. Poderíamos muito bem estar aqui com um resultado positivo e um valor económico, mas optámos, de forma ponderada, por prescindir do resultado e trabalhar muito melhor em termos económicos, evitando perder valores na ordem de milhões de euros por vender cedo ou sob pressão. O mercado começou muito tarde, fruto do Europeu e da Copa América; começou muito tardiamente. Não fizemos nenhuma venda até 30 de junho, daí o resultado negativo. Se tivesse aceitado a primeira proposta pelo João Neves, teríamos um resultado positivo, mas com muito menos milhões do que o nosso objetivo económico. Digo isto não como desculpa, mas para tranquilizar os sócios: não estamos aqui sem saber o que fazer. Optámos assim. Se tivéssemos realizado vendas mais concretas até 30 de junho, o resultado teria sido positivo. Preferimos alongar o mercado para valorizar mais os nossos jogadores. Com os valores que conseguimos este ano, já encaminhámos o resultado do próximo ano, quer em termos de fair-play financeiro. A parte económica do Benfica está estável e não tem problemas com o fair-play financeiro"
O pagamento de comissões: "É sempre um tema muito crítico. Faço sempre questão de explicar as comissões que são pagas. Explicarei as vezes necessárias; é importante que percebam os mecanismos. As indicações da FIFA são de 10% das vendas; estivemos abaixo disso, finalizando o mercado com 8,9%. Ao contrário do que pensam, se os jogadores são transferidos é porque o Benfica tem de pagar comissões; elas estão contratualizadas. As equipas desta dimensão não conseguem ter jogadores sem que os seus agentes contratualizem as saídas, daí pagarmos 10% ou menos. Sobre as entradas, pagámos zero mais uma vez; não tivemos encargos, pagando o mínimo possível pelas entradas. O resto que pagamos é sobre os contratos dos jogadores; isso não é feito no Benfica, é feito em qualquer parte do mundo, os agentes têm sempre uma percentagem sobre o contrato do jogador. Pagamos sobre os contratos de todos os jogadores; sobre saídas, fechámos o mercado com 8,9% de comissões, e sobre entradas, pagámos zero."