Rui Costa: "Estou a escolher treinador para o futuro do Benfica, mas há cláusula..."
Declarações de Rui Costa na apresentação de José Mourinho como treinador do Benfica
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José Mourinho é trunfo eleitoral? "Tenho ouvido muito isso, do trunfo eleitoral. Partimos do princípio que estou aqui como presidente do Benfica. E como tal estou a escolher treinador para o futuro do Benfica. A seguir ao Qarabag já se sentia que José Mourinho podia ser nome a vir para o Benfica, faz-me confusão que se use esses termos. Míster José Mourinho já explicou como se fez o contrato, mas independentemente disso a minha responsabilidade é assegurar o melhor para o futuro do clube em qualquer circunstância. Irresponsabilidade seria porque o Benfica está a um mês das eleições, acabar de despedir o treinador e ficar sem treinador até às eleições. Seria isso não pensar em eleições? Não consigo entender. José Mourinho é treinador do Benfica, porque é José Mourinho, treinador com pergaminhos para estar à frente de equipa e clube da dimensão que temos. Única visão que podíamos ter, tínhamos de alterar, não iria nunca na vida não preocupar em escolher treinador capaz e com espírito necessário para clube desta dimensão. Seria irresponsabilidade como presidente do Benfica, como estou aqui hoje."
Exigência para próximo presidente não querer José Mourinho? Alguma vez equacionou ter treinador interino? "Agradeço ao míster, até porque não são clausulas tão vulgares como isso, de perceber o momento do Benfica e inserir-se no momento do Benfica nesta forma. Há cláusula no final da temporada que deixa a possibilidade de quem liderar o clube de tomar a decisão de continuar ou não com o treinador. Estamos a contratar para o Benfica treinador que não é indiferente a nível mundial. A decisão de trazer José Mourinho para o Benfica visa defender toda a gente. É um dos nomes mais conceituados da história o futebol mundial. Não é um treinador qqualquer e que possa condicionar dessa forma o futuro do Benfica, foi premissa, assegurar futuro do Benfica com ótimo treinador e de excelência."
Que envolvência nesta contratação teve Mário Branco, que já trabalhou com José Mourinho no Fenerbahçe? Com ação de campanha, timings... Teve algo a ver? "Estou aqui como presidente do Benfica, não como candidato. A minha ida a Paredes já estava estipulada bem antes do Qarabag. Se pensasse em juntar se calhar até nem seria a melhor semana. Aconteceu o que aconteceu na terça-feira à noite, ontem entrámos em contacto com o míster para já hoje dar o treino, para que no próximo jogo já pudesse estar à frente da equipa. As decisões e responsabilidade são minhas, mas toda a estrutura que está comigo no futebol participa e por isso que cá estão. Vantagem inequívoca que já tenham trabalhados junto, mas muito honestamente, pensar em José Mourinho não é obrigatoriamente que haja uma pessoa que já tivesse trabalhado com ele. É um dos treinadores, repito, mais conceituados a nível mundial. A escolha não é assim tão dificil quanto isso."
Teve vários treinadores... A troca de treinador perto das eleições, não é colocar demasiada responsabilidade nos treinadores? Pensaria só na culpa dos treinadores ou mais acima? "Disse que o treinador era o menos culpado. Nunca deixei de assumir as minhas responsabilidades, o primeiro responsável serei sempre eu, independentemente de ter ou não sucesso. Estou grato aos treinadores que trabalharam comigo no meu mandato, mas é a vida no futebol. Infelizmente, e sobretudo em países latinos como os nossos, futebol vivido com intensidade, nem sempre se consegue ter treinadores a longo prazo. Roger Schmidt foi o meu primeiro treinador de início, foi campeão e ganhou a Supertaça, depois não teve todo o sucesso que esperávamos. Bruno Lage entrou já com época começada, procuro dar continuidade aos treinadores, até ao momento em que entendemos que algo não a funcionar e que temos de mudar. Infelizmente faz parte do futebol. Rui Costa e o Benfica não são os únicos a ter de tomar decisão de mudar de treinador no início, meio ou fim da época. José Mourinho agora é o treinador e espero que chegue o momento, que tenha de haver renovação e não rescisão. Esse é sempre o objetivo. Infelizmente nem sempre é possível, são coisas que fazem parte do futebol."