Luís Mendes ameaça demitir-se por discordar com o modelo de funcionamento da SAD e a distribuição de tarefas por outros dirigentes. Divergência está nas mãos do presidente
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O caldo entornou na esfera diretiva do Benfica. Luís Mendes, encarado como braço direito do presidente Rui Costa, ameaçou bater com a porta. Esta ainda não se abriu, mas essa saída pode mesmo acontecer nas próximas horas, dependendo da reação que o líder do clube, enquanto tal, será obrigado a ter no sentido de procurar solucionar o choque frontal entre o primeiro vice-presidente da Direção e administrador executivo da SAD, que também é seu amigo de longa data, com os “vices” Jaime Antunes e Fernando Tavares.
Estalou o verniz no seio diretivo do Benfica, com o braço direito do líder do clube a abrir guerra com Jaime Antunes e Fernando Tavares em vésperas de duas assembleias gerais que prometem aquecer.
O conflito, que já estava em banho-maria, subiu de temperatura na última semana. Segundo O JOGO confirmou, Luís Mendes esteve no epicentro de uma discussão mais acalorada com os seus parceiros diretivos a propósito do modelo de funcionamento da SAD, mas também de determinados pelouros/tarefas que têm sido distribuídos por Rui Costa aos outros elementos da sociedade desportiva ou apenas do clube.
Considera Luís Mendes, que sucedeu na SAD a Domingos Soares de Oliveira, que a seu cargo terão de estar as mesmas temáticas que o anterior CEO assumia, para além da pasta das finanças. A descentralização de funções que se seguiu à saída de Soares de Oliveira, exigida há muito pelos outros vice-presidentes, não é vista como produtiva para o futuro da sociedade e, por arrasto, do próprio clube. Consideram os outros dirigentes que os órgãos diretivos são colegiais e justificam, por isso, que todos tenham peso no desenvolvimento de todos os processos, seja em termos executivos seja apenas decisório.
Dirigente irredutível pode faltar à AG das contas
Luís Mendes, que integra a comissão executiva da SAD com Rui Costa e Lourenço Pereira Coelho, extremou posições, deixando para Rui Costa, que concordou com a descentralização de funções, a tarefa de tentar agora sanar as divergências para evitar a saída do seu braço direito e o restabelecimento da tranquilidade diretiva.
Na terça-feira, porém, Mendes estava ainda irredutível na sua posição, ao ponto de poder não apresentar as contas do clube na assembleia geral de sábado, como estava previsto. De qualquer forma, e havendo no mesmo dia outra reunião de sócios para discussão do modelo de aprovação dos novos estatutos, prevê-se que o ambiente possa também aqui aquecer, sobretudo quando os associados questionarem Rui Costa sobre esta crise diretiva.