Rui Costa e a saída de Ramos: "Quando o jogador já tem a proposta, esqueçam..."
Declarações de Rui Costa numa entrevista concedida à BTV.
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Saída de Ramos para o PSG antes da Supertaça: "Não fiquei surpreendido, porque nós não escolhemos os timings. Nem nós, nem os jogadores. As propostas aparecem como nós fazemos as propostas aos outros jogadores. Quando vamos contratar um jogador não estou a olhar para o calendário para saber se ele vai ter um jogo importante ou não para o contratar. Decido que vou contratar o jogador e partimos para a negociação. É aquilo que acontece. Quanto ao Gonçalo, partindo já do princípio e como foi tão badalado que toda a gente o sabe, é um empréstimo com obrigação de compra que tem a ver com o Fair-Play Financeiro do Paris Saint-Germain. A nós nada altera, o valor que queríamos encaixar com a venda do Gonçalo está lá todo. Portanto, a nós nada altera em termos financeiros, embora neste momento ainda seja considerado um empréstimo, mas tem uma obrigatoriedade de compra. Em nada, repito, altera as nossas manobras financeiras. O facto de ser perto da Supertaça, como disse antes, ninguém escolhe timings para uma transação ou para o início de uma negociação. Evidentemente, quando ela partiu houve aqui uma tentativa inicial de tentar jogar isto para lá da Supertaça, mas a partir do momento em que a negociação está a correr e que o jogador em si já está em posse da proposta do futuro clube, esqueçam. Não vale a pena estar a contar mais com esse jogador. Diz-nos o futebol e diz-me toda a experiência que tenho no futebol que não vale a pena estar a contar mais com esse jogador."
Ainda Ramos: "É uma ideia romântica achar que um jogador que tem um contrato para fazer aos valores que, calculo e imaginamos todos, ele teria para fazer no PSG que na cabeça dele tivesse a disponibilidade total para estar aqui mais uma semana ou 10 dias para afrontar uma final com todos os receios possíveis e imaginários. Desde o principio que se partiu para esta negociação, e ela até se arrastou durante algum tempo porque não conseguimos chegar, ou por outra, queríamos defender a todo o custo aquilo que eram os valores que queríamos encaixar na venda do Gonçalo. Ela arrastou-se até bastante mais do que era inicialmente previsível. Mas posso garantir que na cabeça do Gonçalo já não estava o jogo da Supertaça, que foi preparado antecipadamente sem a presença do Gonçalo. É legítimo e normalíssimo que o jogador já não esteja cá com a cabeça e que não queira arriscar. Acho que usou a expressão justa: é mais uma ideia romântica do que uma ideia real. E nós aqui temos que ser muito objetivos. Tínhamos uma final para jogar e tínhamos que ter em campo os jogadores que estariam completamente disponíveis mentalmente para jogar essa final. E não poderia pedir isso ao Gonçalo sabendo, ele próprio, os riscos que corria para jogar um jogo daquela dimensão."
Weigl: "No futebol depende sempre de como quisermos analisar. As saídas justificam as entradas ou as entradas justificam as saídas. O Weigl estava emprestado, apareceu a oportunidade de ele continuar na Alemanha. Não ia fazer parte deste plantel. Lá para fevereiro apareceu a possibilidade de o Borussia M"Gladbach ficar com o jogador. Também havia vontade dele em continuar na Alemanha."
João Victor: "No ano passado foi emprestado por excesso de centrais. Chegou com uma lesão que lhe retirou espaço de manobra. Houve o aparecimento de Morato e António [Silva]. Nesta fase em que os dois jovens apareceram, ele estava a recuperar de lesão e sem minutos. Na parte final dessa etapa, tínhamos um excesso de centrais, era preciso resolver. Em França fez muitos jogos a lateral-direito. Dá-nos essa possibilidade. Durante o ano, estou convencidíssimo de que serão criadas outras soluções. O João tem essas duas vertentes. Pode fazer o corredor direito e dá-nos mais uma opção para central."
Gilberto: "Teve uma proposta interessante em janeiro do ano passado. Naquela altura, preferimos não alterar o plantel e acabou por ficar. Perdeu espaço, até para Aursnes jogar pelo lado direito. Chegado ao fim do ano era vontade dele voltar ao Brasil. Apareceu-lhe uma proposta, que era vantajosa para o Benfica e para ele. Já estava com pouco espaço, menos do que ele desejava e menos do que queríamos dos nossos jogadores. Aceitámos a proposta."
Ristic: "Estamos agradecidos. Foi sempre cumpridor das tarefas. Tendo pouco espaço e tendo uma proposta para ele, foi benéfico para ambas as partes. Ele quis ir para o Celta, irá encontrar espaço e permitiu-nos abrir o espaço para entrar o Bernat, que acreditamos ser uma mais-valia. O plantel não é só feito de 11 jogadores. Depois fazemos a medida de minutos de jogo de cada atleta. Os minutos de Ristic não justificavam a impossibilidade de fazer uma transferência vantajosa para ambas as partes."
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