Declarações do presidente do Benfica e candidato nas eleições de 25 de outubro em entrevista ao canal NOW
Corpo do artigo
Luís Filipe Vieira alegou que recebia 200 mil euros por ano para não fazer nada, como reage a esta declaração? "Por que razão me manteve ao seu lado durante 13 anos? Não vou, de maneira nenhuma, entrar em duelos individuais. Não sou só um candidato, sou o presidente do Benfica, não é isso que os benfiquistas querem. Dou entrevistas para falar do futuro do Benfica. Tenho mágoa por ouvir algumas coisas, mas não vou entrar em disputas individuais. Não fica bem a um presidente do Benfica entrar numa situação destas, não faz parte da minha personalidade entrar em duelos individuais para lavar roupa suja."
Como reage às acusações de traição por parte de Luís Filipe Vieira? "O Benfica ficava sem presidente naquele dia? [detenção de Luís Filipe Vieira] O discurso naquele dia, naquele momento, serviu para mostrar que o presidente tinha um novo presidente, face a tudo o que se estava a passar. O Benfica estava a segundos de falhar um empréstimo obrigacionista, a minutos de não se conseguir inscrever na UEFA. O discurso implicava um novo presidente no Benfica, não foi uma falta de respeito ou ingratidão a Vieira. Foi para dar a entender ao futebol português, aos benfiquistas, sobretudo, e às entidades implicadas no Benfica, que o Benfica tinha um novo presidente."
Qual foi o seu papel na direção de Luís Filipe Vieira? "A minha função era acompanhar os outros diretores no dia a dia. Participava nas reuniões de construção do plantel, mas nunca fui o decisor. Dava opiniões sobre o que entendia que estava bem ou mal, para serem tomadas decisões. Sempre que me era pedida a opinião sobre uma contratação, eu dava. A minha parte era muito desportiva, de aconselhamento a jogadores e treinadores, no que entendia que podia ajudar. Dizer que não fazia nada é muito ofensivo, cumpria as funções que me eram destinadas. Sempre que me foram pedidas outras funções, também fiz. Quando o Tiago Pinto saiu para a Roma, fui eu que assumi o papel dele enquanto o Luís Filipe Vieira não escolhia o novo diretor-geral. Com Vieira, a Polícia Judiciária estava todas as semanas na Luz, nestes últimos quatro anos, o Benfica não teve esse problema."
Nunca questionou Vieira sobre estes casos? "A resposta foi sempre a mesma, 'não se passa nada, as coisas vão ser resolvidas'. Todos os dias tínhamos problemas judiciais. Não é por acaso que, no meio disto tudo, o meu nome nunca foi tido nem achado. O Ministério Público respondeu por mim, ao ilibar-me nestas questões. Prometo não estar envolvido [em novos casos], estou completamente à vontade neste aspeto."
Nunca foi confrontado com situações duvidosas? "Não tinha como função falar com empresários, fazer transferências, não participava nisso. Os contratos dos jogadores não continham nada de ilegal. [Sobre plantel numeroso nos mandatos de Vieira] Depende dos modelos desportivos. Na altura, o objetivo era angariar o máximo de ativos possíveis, com jogadores a aparecer em equipas pequenas. Optei por reduzir os ativos, por uma coisa mais límpida e económica. Não implica que possa haver alguma trama a condenar o Benfica por A, B ou C."