Declarações de Rui Borges após o Sporting-Benfica (1-0), dérbi relativo à 16.ª jornada da I Liga
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Análise: "Na antevisão disse que os jogadores mostraram abertura para ouvir, mudar, compreender e aceitar. Sentimos isso nos primeiros momentos. Senti-os tranquilos, com vontade de mudar o resultado menos positivo que traziam. Não fiz milagres, o mérito é todo dos jogadores, que se agarraram a pequenas coisas. Não íamos estar 90 minutos por cima do Benfica, mas quando não estivéssemos, tínhamos de ser uma verdadeira equipa, que foi o que fomos. Fui feliz, muito feliz. É concretizar o objetivo que sonhámos quando comecei no Mirandela. É o concretizar de um sonho, não podia estar mais feliz com a vitória."
Mudar atitude dos jogadores em três dias: "É mérito dos jogadores. Eu fui o Rui Borges e a sua equipa técnica. Com a nossa simplicidade e forma de estar e ser, tentámos que eles acreditassem nas coisas que falámos e perspetivámos. Dentro de algumas mudanças, nada de extraordinário. Eles estavam prontos para ouvir e aceitar. Foi logo um bom prenúncio e foi o que sentimos. A equipa ia dar resposta muito boa, ia estar longe do que queremos, ainda vai estar longe, mas fizemos uma grande primeira parte. A segunda parte bateu na frase que disse da inspiração e da atitude. A primeira foi mais inspiração, a segunda mais de atitude. Pedi que a equipa se agarrasse à energia que passava de fora para dentro, que foi fantástica. Saímos justos vencedores."
O que traz esta vitória? “Três pontos, só e apenas. Três pontos muito bons. Tínhamos de focar-nos no que tínhamos de fazer para ganhar. Focaram-se no que tinham. É continuar a trabalhar. Acabou este jogo, mas vamos ter um jogo mais difícil em casa do Vitória. Adeptos muito fervorosos. Festejar hoje, têm esse direito e muito bem, a partir de amanhã pensar no Vitória."
Liderança e confiança: "Vale o mesmo. Independentemente do adversário, e estes jogos são diferentes, é algo natural. Hoje não precisava de motivar, precisava de libertar. Fomos desconfiando um pouco, perdemos algum espaço, empurrámos o Benfica com uma bola para a profundidade para o Viktor. Senti a malta ligada, a querer pressionar alto, com muita vontade. É certo, mas a atitude deles foi fantástica. A parte difícil é passar a consistência que tivemos em 45 minutos para mais do que isso. No próximo que consigamos 60 e no outro 70. A consistência faz ganhar essa confiança. Os jogadores não podem duvidar deles. Não vou apontar o que eles falharam. Só se não tiverem a atitude correta. Mas depois do jogo de hoje, jamais apontaria isso."
Como se sente? "Quando as luzes apagarem não sei se durmo... Pela adrenalina, felicidade e amanhã acordo a pensar no Vitória. Mais um jogo difícil, muito difícil. Hoje rio-me, mas amanhã vou estar sério, de cara fechada, a pensar no Vitória, com a cabeça a mil. Sofremos um bocadinho com eles. Nós de fora para dentro ajudámos. É um bocado isso. Senti-os confortáveis. O sofrer no bom sentido, porque não tiveram oportunidades claríssimas, alguns lances de proximidade. A equipa estava confortável e eu tranquilo. Eu olhava para os jogadores e a alma deles era enorme. Mesmo quando falhassem, iam conseguir anular a falha. Foi o que aconteceu na segunda parte. Senti que íamos ganhar."