Rui Borges admitiu que a paragem para seleções é “ingrata” mas diz que faz parte do trabalho. Treinador do Sporting falou na conferência de imprensa de antevisão ao jogo com o Famalicão (este sábado, 20h30)
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Questionado sobre se iria rezar para pedir que ninguém voltasse lesionado das respetivas seleções, Rui Borges brincou. “Sou cristão. Quando for de folga vou parar em Fátima. Estou a brincar, mas vou parar mesmo”, disse o técnico que, recentemente, viu plantel afetado por uma onda de problemas físicas. “Ficamos expectantes por tudo o que têm sido estes últimos meses de infelicidade, esperamos que todos venham disponíveis das seleções. O Morita tem 20 horas de viagem para lá e mais 20 para cá, com fusos horários... Ficamos na expectativa e ansiosos para que venham em condições. Mas temos de saber viver com isso, faz parte”, rematou.
“Como treinador preferia tê-los cá”
Além dos quatro jogadores chamados à Seleção Nacional, o Sporting terá muitos outros futebolistas nas respetivas equipas nacionais.
“É uma paragem ingrata para quem trabalha com grandes jogadores e acaba por ser ingrato para mim, porque vamos ter mais de meia equipa nas seleções e a maioria da equipa B também. Não conseguimos ganhar grande tempo em termos de trabalho, naquilo que é ganhar comportamentos, mas faz parte do que é trabalhar no Sporting. Em relação ao descanso, nessa parte sim. A maior parte vem de uma sobrecarga de jogos e a maioria não vai ter descanso porque pode ser solução nas seleções”, disse o técnico.
Um dos jogadores que estará afastado da Academia é Quenda, que foi convocado por Roberto Martínez. “É um garoto que está a jogar com os ídolos dele. Que vá com o sentimento de aprendizagem, de crescimento, com ambição de jogar, e com felicidade de estar incorporado no grupo da Seleção. É um grande grupo, com grandes valores, e só estar lá já é uma felicidade enorme”, disse Rui Borges sobre esta chamada. Quem também procura uma estreia é Harder, que integra a lista da Dinamarca. “Tal como falei do Quenda, mais do que estar preocupado com chegar para jogar e ser titular, tem de estar felicíssimo por representar a sua seleção. Pela idade dele, por chegar tão cedo a uma equipa recheada de bons jogadores, tem de desfrutar do momento e estar feliz. Como treinador preferia tê-los cá mas compreendo a felicidade. É impossível dizer a um atleta para não representar a sua seleção o seu país. Não pode haver maior felicidade do que representar milhares de pessoas”, acrescentou o treinador.