Rui Borges destaca João Mendes: “É um miúdo diferenciado, conhecido como o puro…”
Declarações de Rui Borges após o V. Guimarães-Zurique (2-0) da segunda mão da terceira pré-eliminatória da Liga Conferência
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Desafio atlético: "O jogo foi um bocadinho à imagem do jogo de lá. Eles vieram no tudo ou nada, muito homem a homem no campo todo, pouco espaço para nós pensarmos. Estávamos a tomar decisões muito precipitadas, falhámos mais passes do que o costume na primeira parte. Não deixámos criar grande perigo, que era esse o objetivo, entrarmos forte, tentar igualar os duelos. O Zurique é uma equipa fisicamente forte e atleticamente também, procuraram sempre duelos, duelos, duelos e duelos. Tivemos alguma dificuldade, à imagem do jogo de lá, nos primeiros 20, 25 minutos. Sabíamos que eles iam quebrar um bocadinho e também entrámos melhor na segunda parte, melhorámos num ou noutro pormenor em termos de comportamento, tomámos decisões mais simples, falhámos menos passes e libertámos-nos um bocadinho. Depois do golo, eles também tentaram abrir e depois sim, com espaço, controlámos o jogo com bola, mais como nós gostámos. Deram-nos algum espaço, controlámos. Estou feliz pela resposta da equipa."
Acréscimos do banco: "A malta que entrou, o Nuno e o Manu, era numa perspetiva de refrescar o meio campo, termos dois homens que não vinham com muitos minutos do jogo, juntamente com o Tiago, que dá-nos qualidade na tomada de decisão. O Manu também nos deu um bocadinho o porte atlético para as bolas paradas, que eu achava que ia ser algo que eles iam apostar muito, procurar faltas para esses duelos aéreos em bolas paradas. Mas estivemos concentrados, não sofremos golos. Depois é a qualidade e a malta está com espírito muito bom."
Defesa trancada: "Primeiro objetivo era não sofrer um golo, para não deixá-los acreditar na eliminatória, por mais que estivéssemos com a vantagem confortável. Tentámos ser agressivos no sentido, por isso é que se calhar perdemos bastante passes, mais do que o normal, porque estávamos a tentar rápido chegar à frente. É certo que às vezes existia esse espaço, mas falhámos demasiados espaços naquilo que era a ligação ao último terço, algo precipitados. Mas mérito deles também, que se sentem confortáveis nesses duelos físicos."
Atitude da equipa: "Não vamos conseguir nos jogos todos, em 90 minutos, estar em intensidade alta com bola, não vamos, por isso eu fico feliz de olhar para a equipa e eles estarem confortáveis em todos os momentos do jogo, estarmos rigorosos naquilo que são comportamentos ofensivos e defensivos, mais um jogo sem sofrer golos. É sempre esses pequenos objetivos que procuramos. Equipa compacta, coesa e ganhando confiança jogo a jogo, e sendo melhores, que é isso que nós queremos. Mas para sermos melhores, temos de ser mais fortes, lá está, do que as outras equipas em todos os momentos do jogo. Foi o que aconteceu em Arouca, aconteceu hoje também. Depois do golo, tomámos melhores decisões, falhámos menos passes, veio ao de cima a nossa qualidade, penso que poderíamos ter feito mais um ou outro golo."
Fasquia a subir? "Não olho nesse sentido da fasquia, fico feliz por ganhar, por ver a equipa muito focada nessa fome de vitórias, nesse acreditar de ganhar mais vezes, que é isso que nós queremos. O grupo quer isso, a equipa, o público. O próprio clube é isso, é de vitórias, e depois cabe-nos a nós também agradecer aos adeptos e puxá-los cada vez mais. Estavam 21 mil adeptos, é importante, peço que compareçam outra vez em força no domingo e na próxima quarta, porque serão muito, muito importantes. Em alguns momentos precisamos deles também para nos impulsionar para as vitórias, e hoje foram mais uma vez fantásticos. É impossível não falar nisso sempre, porque realmente são diferenciados. Mais lá para a frente, as coisas não vão correr tão bem, e eu vou ser o mesmo Rui Borges, o mesmo treinador, o mesmo equilíbrio. Os jogadores vão ser os mesmos, eles não vão estar sempre como nós queremos e desejamos, vão falhar, mas se tiverem esta atitude, eu só peço para que lhes batam palmas, porque a atitude deles em campo é bem demonstrativa daquilo que eles querem."
Regressos de Telmo Arcanjo e João Mendes: "É muito importante senti-los e fazê-los ganhar confiança com resultados positivos. É muito bom nesse sentido, são dois jogadores que têm um potencial enorme, vão acrescentar imenso à equipa, vão-me dar mais dores de cabeça e bem, e felizmente que as tenho, porque a qualidade deles é realmente diferenciada, tanto de um como do outro, cada um nas suas posições. Estou feliz por o Telmo Arcanjo ter mais minutos, feliz pelo golo. Passou por um calvário de um ano numa capacidade competitiva muito, muito alta. Vai ter oportunidades, porque a qualidade é muito boa, não tenho dúvidas que vai dar um salto grande. Quanto ao João Mendes, o nome que lhe chamam é 'puro'. Ele é a clareza do jogo, é um miúdo que é diferenciado, é conhecido por os colegas como o 'puro', por ser tão puro na sua decisão. Parece tudo tão simples, é aquela parte delicada do jogo, e esperemos que ele venha o mais rápido possível, porque nos vai ajudar imenso."