Dirigente alvinegro foi ontem reeleito para o nono mandato à frente do Nacional e deixou vários recados ao G15. Diz que em Portugal os clubes não têm sentido de grupo e só pensam em "afundar o próximo".
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Rui Alves foi reeleito esta segunda-feira na presidência do Nacional para o próximo triénio. O dirigente, que se apresentou a este "desafio numa contínua responsabilidade perante a instituição", instado sobre os desequilíbrios entre grandes e pequenos do futebol português acusou o G15 de hipocrisia.
Rui Alves foi desde logo crítico pelas propostas deste grupo. "Aquilo que devia opor o G15 aos três grandes, o principal ponto da ordem de trabalhos, seria o problema dos direitos televisivos. Não foi esse o caso e, portanto, mais uma vez, são grupos que se reúnem no futebol e resultam em nada. Se eles são incapazes de enfrentar uma votação no sentido de alterar o estado de coisas, não sei se fora da Liga se resolve alguma coisa", disse.
De seguida, concretizou. "Em Portugal, não há espírito de grupo para nada. Cada um pensa como é que vai afundar o outro. E portanto, há uma hipocrisia na formação destes grupos e não acredito, já vivi muitas situações de grupos e grupinhos no futebol, e o resultado foi sempre o mesmo: zero!".
Neste regresso do Nacional à I Liga, onde os desequilíbrios são cada vez mais acentuados, o dirigente insular defende que enquanto a "organização económico-financeira do fenómeno do futebol português se mantiver o desnível entre alguns e os outros vai ser cada vez maior", facto que dificulta ainda mais o papel de clubes como o Nacional no mercado.
Rui Alves elogiou depois a aprovação do limite de empréstimos dos grandes aos restantes clubes, algo que recordou, já tinha defendido numa Assembleia Geral da Liga e que ajuda a reduzir "o espaço de controlo dos clubes grandes através de empréstimos". Contudo, acredita que é possível "ir mais longe". "O G15 produziu uma alteração regulamentar com uma certa importância, que foi o fim dos empréstimos do mesmo escalão", disse.