Treinador do Sporting na antevisão ao jogo frente ao Benfica, agendado para as 18h00 de sábado, na Luz
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Dérbi: "Estamos onde queremos e onde este clube tem de estar, que é nas decisões finais, a tentar conquistar troféus. Temos de estar felizes com isso. São dois resultados [empate e vitória], mas focamo-nos apenas no que podemos controlar para vencer, nada mais do que isso, como em qualquer outro jogo. Não fugimos à importância do jogo, pode dar a conquista do campeonato para ambas as equipas, e temos de pensar nesse aspeto, mas focamo-nos no que temos de fazer para contrariar o adversário e vencer o jogo. Olhamos para este jogo como outros, para tentar vencer, dentro das dificuldades que vamos encontrar."
Alguma ansiedade nos últimos jogos: "Gil Vicente foi um jogo contra uma equipa que defendeu muito bem, numa estratégia agressiva, nada contra. Criou-nos problemas, mas, mais do que o bloco baixo do adversário, foi mais termos sofrido um golo demasiado cedo, quando estávamos bem, o que causou alguma intranquilidade. Os jogos são decisivos, deixou-nos essa intranquilidade, mas a equipa acreditou até ao fim, e só uma grande equipa é que conseguia sair dali com a vitória. A personalidade de todo o grupo tem sido fantástica. A semana foi normal, honestamente. O grupo está como noutras semanas. Sabe tudo o que implica, podemos ser campeões se tivermos capacidade de ultrapassar o adversário e vencer. Estamos focados no que podemos controlar, contra um grande adversário, que vai lutar num ambiente muito difícil para nós. Vejo a equipa motivada, corajosa e com uma vontade enorme de entrar em campo."
Perder o título pode colocar o lugar em risco? "Estou focado no que posso controlar, não tem nada a ver com o meu contrato. Nem é tema. Foco no que posso fazer, no que a equipa pode fazer. O único caminho que queremos é sermos melhor, vencermos, o que terá como consequência sermos bicampeões. É o único foco."
Palavras de Rúben Amorim: "A herança não vejo como sendo pesada, nem foi o Rúben, foi o João [Pereira] que estava antes. Herdei uma equipa onde estava um grande treinador, que admiro. Estou feliz, tive a oportunidade de mandar para o Carlos [Fernandes, adjunto] uma mensagem de parabéns por ter chegado à final. Nós também torcemos por ele, conseguiu um trajeto ascendente, pela sua competência. Olhamos para ele com admiração, mudou o paradigma do Sporting com o presidente. É alguém que admiramos."
Ingredientes para o dérbi: "O Benfica, nos últimos jogos, ganhou quase sempre em contra-ataque ou ataque rápido. A malta fala do Sporting, mas o adversário também tem feito a maioria dos golos em transições, porque é forte, porque tem uma qualidade acima da média, assim como nós. São dois jogos diferentes, o jogo do Gil Vicente não tem nada a ver com o do Benfica. Tudo é diferente, tudo vai mexer com o jogo. Teremos um grande apoio, como temos tido, esta semana. Os nossos adeptos têm sido fantásticos, com esse carinho que têm dado sempre. Continuarão a ser muito importantes, na saída da Academia para a Luz. Tudo vai mexer com o jogo. Às vezes, não conseguimos controlar a ansiedade, mas o coletivo tem muito a ver com o individual. Vai ser um misto de perceber quem vai lidar melhor com a pressão e tudo o que engloba o jogo. Vamos focar-nos no que temos feito, enquanto equipa. Vamos tentar estar preparados para anular os momentos do jogo do Benfica, assim como para aquilo que o Benfica nos poderá dar. Acredito que será um bom jogo, com duas boas equipas. Esperemos sair vencedores, mas é um jogo de futebol, onde podemos ser campeões, e focamo-nos na vitória. É um bom adversário, uma equipa que, em casa, é a que tem mais pontos, com melhor defesa e ataque. Sabemos tudo, o que não implica o que faremos enquanto equipa, porque acredito que, daquele lado, também há respeito para com esta equipa."
Só a vitória em mente: "Focamo-nos na vitória. Queremos ganhar, independentemente de ser na casa do rival. Queremos ganhar para sermos campeões. O empate obriga-nos a ganhar no último jogo [contra o Vitória], contra uma grande equipa. Não vamos por aí. Queremos ganhar contra uma boa equipa, que fará de tudo para ganhar e ser campeã. É o jogo do século, só valoriza o que é o nosso campeonato, o nosso futebol, o nosso país. Que seja assim com adeptos, equipas... Toda a gente. Que seja um grande espetáculo e que o Sporting seja vencedor. A minha semana tem sido normal, tranquila. Se calhar, a minha família está mais ansiosa, mas eu estou tranquilo. São os jogos que menos me mete stressado ou ansioso. O jogo pode ditar o campeão nacional, mas estou muito focado. Sou otimisma de nascença. Sei que nem tudo vai correr sempre bem, mas acredito muito."
Terceiro jogo da época frente ao Benfica: "São jogos diferentes. No primeiro, o Sporting tinha acabado de mudar de treinador. Se calhar, o adversário também não sabia bem como é que o Sporting ia aparecer. Foi uma final disputada, em que foram felizes, nas grandes penalidades. O Benfica já tinha algumas dinâmicas que tem agora. Este jogo dita um possível campeão, tudo mexe. Há a tal ansiedade, é normal. Temos de perceber como cada um vai lidar com essa ansiedade. Queremos estar nas decisões, não há pressão, por isso é que representamos um grande clube. Temos de saber lidar com ela. A nível da ansiedade, sinto o grupo exatamente igual a outras semanas, por isso, estou super tranquilo."
Marcar primeiro pode ser decisivo: "O Sporting tem tido capacidade de resiliência em todos os momentos, foi capaz de ultrapassar os obstáculos. O grupo deu sempre sinais de ambição e coragem de ultrapassar fosse qual fosse o contratempo. Sabemos tudo o que engloba o jogo, mas temos de saber lidar com isso. Faz parte do nosso ADN de equipa grande. Sabemos que são duas equipas com grandes jogadores, de parte a parte, e qualquer momento de distração pode fazer com que uma equipa se sobreponha. Temos de estar o mais concentrados possível, dentro da nossa ambição de ganhar o jogo e ser campeões. Temos de ser competitivos para ser bicampeões. Do outro lado, também está uma grande equipa, com valores individuais que, a qualquer momento, podem desequilibrar o jogo."
Sporting nunca foi campeão na Luz. Jogo mais importante da carreira? "Isso não mexe em nada, o momento é este, é o que é. Fosse com quem fosse seria um jogo importante. Ao nível individual, acredito que sim, é um momento importante para o futuro do Sporting, dá-nos o campeonato. É a primeira vez que posso ser, sim, é o momento mais importante da minha carreira".
Rúben Amorim e João Pereira: "Estiveram no clube, o grande mérito será da equipa técnica que cá está. Tanto foi importante o Rúben como o João. Todos tiveram a sua importância, à sua maneira. Oxalá que assim seja, que os dois também têm algo a festejar."
Sporting nunca foi campeão na Luz. Jogo mais importante da carreira? "Isso não mexe em nada, o momento é este, é o que é. Fosse com quem fosse seria um jogo importante. Ao nível individual, acredito que sim, é um momento importante para o futuro do Sporting, dá-nos o campeonato. É a primeira vez que posso ser, sim, é o momento mais importante da minha carreira".
Mais preparado do que no primeiro dérbi? "A confiança é a mesma. Sou muito positivo. Poderia muito bem adiar e pedir ao presidente para entrar depois do Benfica. Se calhar, era mais fácil, mas disse que queria fazer o jogo. Nem me puseram essa possibilidade, mas eu poderia dizer isso. Não o disse, mas poderia ter dito. Disse que queria, porque a confiança na nossa maneira de estar é muita. A confiança é a mesma, o sentido de capacidade também, desde que comecei no Mirandela. Crescemos enquanto equipa técnica, por isso é que estamos aqui, mas os jogos são todos diferentes, com sentimentos diferentes, com ansiedades diferentes... Acima de tudo, estamos preparados e a equipa está focada no que serão as dificuldades do jogo. Acredito que será um grande jogo."
"Temos feito um grande trabalho": "Estou muito feliz com o que tem sido o meu trajeto. Sou muito frio, muito focado, não mexe o que quer que possam dizer, positiva ou negativamente. Sei o que tem sido o nosso trajeto, a nossa capacidade, como fomos capazes de chegar a este momento. Não me preocupo com comparações com o Rúben. Sou um admirador. Fez um grande trabalho, e todos temos de o admirar. O passado é ele, o presente sou eu. É assim em todo o lado, e eu foco-me muito no meu trajeto, e não com o ruído. Passa-me completamente ao lado. Sei bem quais são os meus valores, sou muito respeitoso, por isso, estou super tranquilo. Temos feito um grande trabalho no Sporting. Fomos à final da Taça da Liga, estamos na final da Taça de Portugal e estamos na decisão do campeonato. Melhor, só se estivéssemos na final da Liga dos Campeões. Estamos no primeiro objetivo. Agora, é ter capacidade de concretizar nos momentos finais."
Di María titular ou no banco do Benfica? "Preparei para aquilo que serão as dinâmicas do Benfica, com ou sem Di María. Varia nos comportamentos mais individuais no que cada um dá. Estaremos preparados para isso, os jogadores são trabalhados nesse sentido. Apesar de sabermos que o Di María é um jogador diferenciado, toda a gente diz que é um jogador de grandes jogos, e tem sido. A qualidade dele é muita, mas olhamos mais para o coletivo do que para o individual."
Atos de violência antes do dérbi: "Olhamos sempre com alguma tristeza. É um jogo futebol, mas a paixão nunca pode ultrapassar os limites. Essa rivalidade é boa, mas nunca em excesso. O respeito tem de existir sempre. É de lamentar, que se foquem mais no apoio, como os nossos adeptos têm feito, passando o carinho que têm por nós, pelo que a equipa tem feito, porque estamos num momento decisivo. Os jogadores têm de sentir esse carinho e continuar a fazer o nosso melhor."
Pedro Gonçalves: "Não vou dizer se vai jogar ou não, está em cima da mesa qualquer um jogar. Eles têm de estar preparados, até porque nunca dou um onze nos treinos. Têm de estar todos preparados para jogar ou não jogar, e o Pote é igual. Tem dado uma boa resposta, tem crescido no aspeto físico. Toda a gente sabe que não está a 100%, mas é importante por tudo o que dá à equipa e transmite ao adversário. A malta, na última semana, foi um bocadinho pelo que foi o jogo do Gil Vicente, com pouquíssimo espaço. Era difícil jogadores como Pote, Trincão ou Viktor fazerem a diferença que a malta está à espera. É muito difícil, sem espaços. Tem crescido, tem correspondido, tem feito por isso, diariamente. Está preparado, como todos os outros, para dar resposta, seja durante 30, 60 ou 90 minutos."