Após o clássico com o FC Porto, no qual marcou o primeiro golo da época, Rúben Amorim pediu-lhe mais eficácia.
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Rúben Amorim espicaçou e Nuno Santos respondeu da melhor forma. O técnico apontou o dedo à sua eficácia na finalização, logo após o clássico com o FC Porto em Alvalade, no qual Nuno Santos marcou o seu primeiro golo da época num jogo em que travou um duelo espetacular com o guarda-redes visitante Diogo Costa, que fez brilhar.
E o camisola 11 está a "calar" o técnico, pois em apenas 26 jogos soma já sete golos, apenas menos um que o máximo da carreira, que registou nas 37 partidas de 2020/2021.
"Faltou mais eficácia de Nuno Santos diante de Diogo Costa? Sim. Tivemos oportunidades, essas duas flagrantes", disse no fim do encontro, completando na conferência seguinte: "Em relação ao clássico, o nosso foco é melhorar a finalização do Nuno Santos. Esse é o nosso foco."
Analisando a evolução de Nuno Santos da última época para a atual, o crescente "egoísmo" é evidente, mas também a melhoria na eficácia e a agressividade defensiva. Amorim sentia falta de rematadores e via a equipa muito dependente dos golos de Pedro Gonçalves, lançando o alerta a Nuno Santos, que correspondeu. Como se pode verificar no quadro acima, Nuno Santos passou a rematar mais, a assumir mais riscos no drible, a ir mais a duelos, melhorando também nas interceções e nas recuperações de bola de forma previsível, pois atua muitas vezes a fazer todo o flanco esquerdo, com mais responsabilidades e obrigações defensivas. Em contraponto, o canhoto piorou na média assistências para golo e assistências para remate, sinal de que procura mais a baliza do que os colegas de equipa, embora tenha mais cruzamentos, natural por jogar mais como lateral.
E o mais importante é que afinou a mira, embora a melhoria resultante do trabalho específico de finalização e insistência nesse capítulo não seja ainda por grande margem (1 golo a cada 4,5 remates e 21,8% de eficácia de remate, contra um golo a cada 5,1 remates e 19,5% de eficácia na última época).
Nuno Santos não é titular indiscutível no campeão nacional, mas Rúben Amorim não pode viver sem ele. É mesmo, após 26 jogos, o único do plantel a ter participado em todos (Matheus Nunes falhou o Ajax para evitar um amarelo e Ricardo Esgaio o Gil Vicente e o Penafiel, por covid-19). "O Nuno quer é jogar. Houve situações em que ele dizia "meta-me aqui ao lado". Vamos utilizá-lo de acordo com as caraterísticas do adversário e do momento dele, porque por ele até a central do lado esquerdo jogava", revelou Amorim.