Amorim desenhou os planos da revolução: reforços em cinco posições para 2023/24
Treinador tem o planeamento avançado para 2023/24 e quer plantel mais curto e talentoso. Técnico considerou que o elenco desta temporada não tinha profundidade para os objetivos a que se propôs. Continuar no clube também depende de angariar reforços de peso para a equipa.
Corpo do artigo
Rúben Amorim reuniu com a Direção do Sporting e traçou a temporada de 2023/24 reconhecendo erros de planeamento na época que está prestes a findar. A principal ilação é atacar o mercado com alvos bem definidos e contratar jogadores que acrescentem valor, o que o técnico leonino considera que não foi conseguido em 2022/23. O plano é adquirir para posições necessitadas e ter um núcleo duro com menos elementos, pois também estarão alguns atletas da formação no elevador, ora indo à equipa B, ora treinando com a equipa principal.
Rúben Amorim está ciente de que será praticamente impossível estar na Liga dos Campeões no próximo ano, dada a distância de sete pontos para o Braga com 15 para disputar, e que esse abalo nas contas do clube será incontornável. Porém, com os 45 milhões de euros que entrarão de Pedro Porro no próximo exercício e com a venda mais do que certa de um dos principais jogadores - Ugarte está à frente nesse capítulo, mas Gonçalo Inácio, Edwards e Pedro Gonçalves são também desejados por vários clubes ingleses -, o treinador quer ter substitutos à altura para as posições que forem mexidas e para entrar de caras na equipa principal. Para o ter sabe que haverá de prescindir de um plantel tão grande e polivalente e admitir perder jogadores que não foram figuras desde que chegaram. Essas vendas poderão ditar um encaixe de vários milhões de euros, que possam ser canalizados para outros investimentos.
Na conversa com Frederico Varandas, SAD e o diretor desportivo, Hugo Viana, foi realçada a insatisfação por ter perdido Matheus Nunes a dias do jogo com o FC Porto e do fecho do mercado e, nesse sentido, o treinador tentou certificar-se do que poderá contar.
Em caso de transferência de Inácio, as opções na defesa permitem ao treinador respirar de forma mais tranquila. No caso de ser Ugarte ou Pedro Gonçalves o cenário é bem diferente, porque Amorim já sinalizou que precisa de um médio criativo e Jean Lucas, nesta fase, está no topo das prioridades, mas também que é vital contratar um jogador para a posição 6 e um homem que garanta as assistências e golos que Pedro Gonçalves tem gerado nestes três anos de leão ao peito.
Assim, fazendo as contas a 2023/24, Amorim disse necessitar de um lateral direito, porque Bellerín não vai continuar de verde e branco, pretende avaliar o mercado para a ala esquerda, está a olhar para um médio centro ao jeito do que era Matheus Nunes e ainda para a possibilidade de contratar um centrocampista mais defensivo, que será completamente indispensável se Ugarte sair. No ataque, o treinador mudou de ideias face aos últimos defesos e aprova a entrada de um ponta-de-lança para acompanhar Paulinho e Chermiti e potenciar soluções diferentes durante os encontros. Nos corredores espera-se uma verdadeira revolução, porque Amorim indicou que não tem desequilibradores ao nível do que encontrara em Sarabia em 2021/22 e a preocupação aumenta e muito se Pedro Gonçalves tiver propostas de Aston Villa, Newcastle ou Tottenham, que já o observaram em várias alturas da temporada. Assim sendo, entre os reforços para 2022/23, Fatawu deve rodar num emblema de I Liga, Rochinha chegou do V. Guimarães, mas não convenceu e deverá sair a título definitivo, tal como Alexandropoulos, que chegou como grande promessa do Panathinaikos, mas que perdeu espaço ainda na primeira metade da época por algumas insuficiências táticas, de acordo com a ideia do treinador do Sporting. Quanto a Arthur Gomes, último reforço de verão, não está definido ainda o seu futuro, mas a razia nos corredores vai prosseguir com Jovane Cabral, este formado em Alcochete, mas que também será para vender, até porque, mesmo tendo renovado em 2022, nunca foi aposta efetiva de Amorim.
Arthur ainda por avaliar
Arthur Gomes foi reforço de verão do Sporting na última temporada, mas não tem lugar garantido na próxima temporada. O brasileiro, sabe O JOGO, é um dos jogadores que poderá sair caso haja o desejado reforço para a posição de extremo, mas também caso se encontrem opções, tanto para a lateral esquerda como direita. O brasileiro foi contratado ao Estoril por perto de 3 milhões de euros e no primeiro minuto de leão ao peito fez um golo memorável diante do Tottenham. O tento não lhe permitiu uma grande afirmação nos leões e foi sempre mais vezes suplente utilizado (25) do que opção como titular (9). Leva 1160 minutos e quatro golos e viu a oportunidade de jogar mais quando Amorim lhe propôs a ideia de ser o suplente de Nuno Santos como ala. Agradou ao treinador a sua evolução em termos defensivos, tanto que foi depois convertido também a ala direito para rodar Ricardo Esgaio não estando Bellerín disponível.
Avaliando as possíveis entradas no plantel, Arthur não será um indiscutível e pode ser um ativo a valorizar e vender. Depende da entrada de novo extremo, mas também da possibilidade de tanto um ala direito como um ala esquerdo serem contratados, o que é incerto para já. Amorim está satisfeito com o jogador e considera-o útil e polivalente, portanto apto a fazer vários postos caso não consiga os desejados reforços. Arthur está feliz em Alvalade para já, marcou ao V. Guimarães e quer provar valor.
Projeto desportivo forte é condição para ficar
Rúben Amorim renovou com o Sporting até 2026 e está a preparar a próxima temporada. Foi um dos candidatos ponderados pelo Chelsea e tem sido ligado ao Tottenham, mas continua a ver o seu futuro nos leões. Ainda assim, para o técnico é necessário ter total apoio das bancadas de Alvalade e também as condições certas para o projeto. É indispensável para Amorim ver a equipa dotada de jogadores que possam garantir títulos ao clube. Essa vontade foi expressa a Varandas e a SAD prioriza a continuidade do treinador.
Equipa B gera enorme preocupação
Na segunda-feira a equipa B joga diante do Oliveira do Hospital e, em caso de derrota, arrisca ficar em zona de despromoção à entrada para a última jornada da Liga 3. A descida dos bês foi também tema de conversa e gera enorme preocupação por ser difícil atrair jogadores e rodar ativos da equipa principal no quarto escalão nacional.