Declarações de Roger Schmidt, entrevistado por Toni, no segundo episódio do programa Mística a Dois
Corpo do artigo
Impressão do Benfica após dois anos no clube e a frase que disse no passado "se amas o futebol, amas o Benfica": "Quando proferi esta frase, na verdade, isso veio do coração. E, ao fim de dois anos, descrever o Benfica não é fácil, porque é um clube muito especial e também é muito exigente para todos os que trabalham aqui, que jogam no clube, que fazem parte do ou que também têm um papel de responsabilidade, como eu, enquanto treinador principal. E é também um clube muito bonito. Há muito entusiasmo pelo Benfica na cidade, no país e também no estrangeiro quando viajamos. Não importa onde vamos. Há sempre muitos Benfiquistas. E por isso é fantástico fazer parte disso. Obviamente, agora também conheço a ambição de todas as pessoas do Benfica. Toda a gente espera que ganhes tudo. Se não ganhares, não aceitam muito bem, por isso, há sempre que criar o equilíbrio. Ganhar e perseguir os objetivos do Benfica, ou seja, perseguir os troféus é o desafio e também saber que, sim, há muita pressão à volta do clube, para os jogadores e para todos os que lá trabalham. E penso que, após dois anos, tenho uma impressão muito boa. O primeiro ano parece ser muito fácil porque ganhámos muito, quase tudo, e no final fomos campeões. Começámos bem na segunda época, com a Supertaça, mas depois tornou-se difícil. Para mim, acho que também foi importante sentir esta situação. Se queres mesmo perceber o Benfica, tens de fazer parte dos bons momentos. Mas acho que também é uma vantagem fazer parte dos momentos difíceis. Ficámos com essa noção na época passada, e penso que será útil também para a próxima época."
Ficou surpreendido com o Benfica? "Fico sempre surpreendido quando nos dirigimos para o estádio, no autocarro. Olhamos para o exterior e vemos tanta gente à espera dos jogadores, à espera do jogo. E, quando se vê o entusiasmo dessas pessoas, é sempre algo muito especial. Para mim, é muito importante. Estamos a treinar, fazemos as nossas reuniões, estamos a falar sobre a importância do próximo jogo, porque, para nós, todos os jogos são uma final. E, portanto, estamos completamente concentrados, mas depois, quando vamos para o estádio, acho que o incentivo que recebemos para o jogo são sempre os adeptos que estão à nossa espera, à volta do estádio ou no estádio. É sempre algo surpreendente para mim. Também é muito parecido nos jogos fora porque é quase o mesmo, sobretudo em Portugal. E, quando nós jogamos fora, há sempre muitos Benfiquistas. Fico muito grato por isso e é muito importante para nós."
Quando ouviu falar do Benfica pela primeira vez? "Estava interessado no futebol de topo. O futebol de topo da Alemanha, mas às vezes ouvíamos falar dos grandes clubes como o Real Madrid, o Benfica, o Barcelona, o Inter de Milão. Claro que não podia imaginar que um dia faria parte deste futebol porque, na verdade, era um miúdo que jogava porque adorava futebol. Não tive uma grande carreira como jogador como você. Estava um pouco abaixo do futebol profissional, por isso, não pensava fazer parte de um clube como o Benfica. Para ser sincero, é um sonho tornado realidade! Fazer parte deste clube é uma grande honra. O facto de fazer parte de um clube destes, dos grandes clubes do mundo, é uma grande honra."
Como é que foi a sua adaptação à vida em Portugal? "Também já foi treinador. Quando se é treinador, não se tem muito tempo. Portanto, para mim, nos últimos anos, a minha vida resume-se ao futebol e à minha família. Para além do futebol, gosto muito de viver em Portugal porque é um país fantástico. E também as pessoas, a cultura das pessoas também é tão positiva para as pessoas que vêm do estrangeiro. Gosto de passar muito tempo aqui em Portugal. Autógrafos e ser interpelado na rua? Claro que faz parte da minha vida, por isso não me incomoda. Se sair, não importa onde vá, as pessoas reconhecem-me, a mim ou aos jogadores, e isso é muito positivo. Gosto de falar com eles. Toda a gente quer tirar uma fotografia, recebo muitas reações positivas dos benfiquistas. Eles motivam-nos muito. Gosto muito de encontrar pessoas na rua, de falar com elas sobre o clube e isso dá-nos muita motivação, porque sentimos que são apaixonados pelo Benfica."