Após ter derrotado o FC Porto no Estádio do Dragão, o técnico alemão procura conduzir os encarnados a um feito que apenas conseguiram em 13 ocasiões nas 89 edições anteriores do campeonato. Águias não vencem os dois rivais na primeira volta desde 1983/84, há 39 anos, então com Sven-Goran Eriksson.
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O Benfica ataca o dérbi deste domingo numa posição confortável, ocupando a liderança do campeonato com mais seis pontos do que o Braga e com margem ainda maior para FC Porto (sete) e Sporting (12). E na época de estreia ao comando das águias, Roger Schmidt procura, de forma a pelo menos manter a distância para os dois adversários que fecham o pódio, quebrar um longo jejum por parte do clube da Luz.
Depois de ter vencido o FC Porto na 10.ª jornada, no Estádio do Dragão, Roger Schmidt aponta agora a novo triunfo sobre o Sporting, desta feita em casa. Registo que os encarnados não conseguem alcançar desde... 1983/84. Sven-Goran Eriksson foi o último, há 39 anos, a derrotar os dois rivais na primeira volta do campeonato.
FC Porto (1-0, golo de Diamantino) e Sporting (1-0, golo de Nené) caíram então diante das águias na ordem pela qual o Benfica agora defronta os seus rivais, mas os jogos foram na Luz e em Alvalade, respetivamente. Agora, o emblema benfiquista aponta a repetir a série, isto depois de já ter vencido precisamente por 1-0 os azuis e brancos, mas no seu reduto, com um golo de Rafa. Pela frente surge um Sporting que venceu na última visita à Luz, na época passada, e por 3-1, com golos de Sarabia, Paulinho e Matheus Nunes, tendo Pizzi reduzido para o Benfica já nos descontos.
Caso Schmidt consiga repetir diante dos leões o triunfo já alcançado ante FC Porto, será apenas a 14.ª vez em 90 edições em que o clube será capaz de vencer os dois rivais nas partidas a contar para a primeira volta do campeonato - sendo que antes de 1983/84 é preciso recuar mais dez anos, até 1973/74, para encontrar novo caso de sucesso, então na terceira época seguida das águias a derrotarem os rivais.
Na maioria dos casos já sucedidos tal feito foi sinónimo de vantagem rumo à conquista do título. Isto porque nas referidas 13 ocasiões o Benfica acabou por sagrar-se campeão em nove edições. Eriksson foi capaz de agarrar o troféu da prova em 1983/84, tal como sucedeu em 1972/73, 1971/72, 1966/67, 1964/65, 1960/61, 1954/55, 1949/50 e 1937/38. Sem títulos houve duplo triunfo em 1973/74, já referido, 1947/48, 1940/41 e 1938/39.
Para já, Schmidt já conseguiu fazer melhor do que as águias tinham alcançado na temporada transata, quando somaram duas derrotas ante Sporting e FC Porto. Primeiro na Luz com os leões e depois no Dragão, ambos por 1-3, no primeiro jogo de Nélson Veríssimo como sucessor de Jorge Jesus - precisamente depois do desaire por 0-3 também com o FC Porto, este para a Taça de Portugal, e no terreno dos portistas.
FC Porto e Sporting sem tantos problemas
Se o Benfica enfrenta um longo jejum sem conseguir vencer FC Porto e Sporting na primeira volta do campeonato, o mesmo não sucede com os seus rivais, que foram capazes de fazê-lo há pouco tempo. Especialmente os azuis e brancos. Isto porque, sob o comando de Sérgio Conceição, venceram os seus principais adversários em 2019/20. Primeiro o Benfica na Luz (2-0), logo na terceira jornada, e depois o Sporting, também fora (2-1). No final, os portistas festejaram, pois sagraram-se campeões.
Já os verdes e brancos conseguiram vencer Benfica e FC Porto na mesma temporada pela última vez em 2015/16, na época de estreia de Jorge Jesus como treinador do clube. Derrotaram as águias por 3-0 na Luz e ganharam em casa aos dragões por 2-0.
Marca negativa com os rivais nos Países Baixos
A vitória sobre o FC Porto na visita ao Dragão foi uma entrada em grande para Roger Schmidt, que nos Países Baixos sofreu bastante nos duelos com Ajax e Feyenoord, adversários históricos do PSV. Aliás, o treinador alemão não conseguiu vencer nenhum dos oito disputados nas duas épocas no clube de Eindhoven. Frente ao Ajax somou três derrotas e um empate, caseiro, perdendo dois jogos e empatando outros tantos com o Feyenoord. Em 2020/21 caiu da Taça também com o Ajax. Na época passada sorriu, porém, ante os lanceiros na Taça e Supertaça, ganhando as provas ao rival.