Roupeiro do Custóias ainda vibra com os momentos decisivos de Rodrigo Mora
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Com estreia a marcar na época, Mora exultou nas redes sociais. "Noite europeia no Dragão, à Dragão! Juntos somos mais fortes. Muito obrigado pelo vosso apoio", escreveu o diamante, que recebeu o clamor do estádio. As façanhas do menino-prodígio continuam a respirar-se Custóias, onde permanece o roupeiro Rui Martins, há 15 anos, tendo acompanhado o criativo dos seis aos nove anos.
"Fiquei muito contente pelo golo e por este momento que precisava! Mas só falhava se apanhasse um buraco ou uma toupeira e caísse antes de rematar", graceja, transportando-se para as decisões de banco, que ajudaram a mudar o papel em cena de Mora. "Estava a ver o treinador a tirá-lo, mas depois teve algum receio, não sei se lhe passou alguma mosca pela frente, mas decidiu mantê-lo. E foi o homem do jogo", rejubila Rui Martins, sensibilizado pela coroação num Dragão que muito fervia, reconhecendo a evolução do craque que despontou em Custóias.
"Estou orgulhoso dele, a transformar-se num homem e a dar grandes passos. Que mantenha sempre os pés bem assentes na terra. Ainda pode evoluir muito, que o deixem jogar, tudo aquilo que ele sabe", evidencia o roupeiro do clube matosinhense. "Quando ele era pequenino sempre lhe chamava o rato de área, escondia-se atrás do rival e já não o encontravam. Agora é outro jogador, já não tem muito para aprender, o talento nasceu com ele. Só uns pormenores de jogo e mais musculatura", sentencia.
"Aqui dizíamos que vinha um novo Eusébio, ou um Ronaldo. Sempre a brincar, ninguém pode adivinhar que um miúdo de 6 anos vai dar craque. Mas quem o acompanhou aqui, e, logo depois, na Dragon Force, mesmo os adversários, sabiam bem quem ele era, todos metiam os olhos nele. Felizmente cresceu mesmo para alto nível", destaca Rui Martins, aplaudindo o perfil do 'Messi do Olival'.
"É tímido, humilde, não gosta de se exibir ou dar a cara. Mas é fiel a isto, por vezes vem aqui treinar ao Custóias nas férias. Camisolas é que não pode dar mais, todos lhe pedem, depois não tem e fica um miúdo a chorar..."
Fotografia: AF Porto