ENTREVISTA, PARTE III -Com o Young Boys cada vez mais longe no topo da liga suíça, Rodrigo Conceição vê a Taça como uma via para as provas europeias em 2024/25.
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O Zurique liderou a liga, mas o Young Boys é agora o primeiro. Quais são os objetivos para o resto da época?
-O Zurique é um clube grande, com história e tradição. É o clube com os melhores adeptos, que tem 13 ligas, 10 taças e não é qualquer clube que tem isso. A nossa obrigação é lutar cada jogo pela vitória. Claro que o que a equipa mais queria era ser campeã. Não é fácil, pela equipa que o Young Boys tem, mas ganhar a Taça também seria importante, porque disputar as competições da UEFA seria um bom começo no ano que vem, pela visibilidade que dá.
O que ambiciona no futuro?
-Vivo muito o presente, mas claro que tenho sonhos. Gostava muito de, a curto prazo, ser campeão na Suíça e poder ganhar a Taça, mas, sobretudo, chegar ao mais alto nível. Sei que estou na I Liga e já estive no FC Porto, mas acho que tenho capacidade para poder chegar às melhores equipas do Mundo. Por isso, é acreditar sempre. Com foco e trabalho serei capaz de chegar lá. É um sonho, como é óbvio, mas quem não sonhar fica um bocadinho preso no que é a vida.
A lesão mais difícil teve ajuda portista
Uma lesão no tornozelo esquerdo obrigou Rodrigo a fechar 2023 na enfermaria. “Das poucas lesões que tive, esta foi a mais complicada”, admite o lateral, que voltou a fazer 90’ no domingo, com o Grasshoppers. “Foi uma recuperação difícil, mas com os grandes profissionais do Zurique e do FC Porto, onde me tratei nas mini-férias, foi mais fácil pela paixão das pessoas”, agradece.
Jogar na Champions e os festejos no avião
Estrear-se na Champions (2022/23) foi inesquecível para Rodrigo. “Ouvir o hino é único. Apesar de ter jogado poucos minutos [com o Brugge], fiquei com o desejo de voltar a estar lá”, refere, sem esquecer as emoções vividas pelo apuramento... no avião. “Foi fantástico. Estávamos a ver o penálti num ecrã pequenino e, quando o jogador do Atlético de Madrid falha e a recarga também não entra... Foi emocionante”, descreve.
Do “jeito” de José aos conselhos do pai
Seja a brincar no estágio do FC Porto, seja a ajudar Rodrigo a treinar nas férias, José Conceição vai revelando gosto pelo futebol. Será o próximo jogador da família? “Espero que sim. Nota-se que tem jeito”, sorri o defesa do Zurique, vincando que o “mais importante” para o irmão mais novo “é que se divirta”. “O meu pai sempre disse que até aos 18 anos o mais importante é a escola, sermos bons alunos e educados”, revela.
Benfica: escola para viver fora de casa
Viver longe da família não é uma experiência inédita para Rodrigo. “Já tinha estado seis anos fora de casa quando estive no Benfica. No início custou-me, muitas noites em que sentia falta dos meus pais, mas são estas coisas que nos tornam maduros mais cedo”, sustenta, pelo que “essa escola” e a ajuda da namorada ajudam a atenuar as saudades. “Estar sozinho é mais complicado, mas ter vindo comigo facilitou. Sinto falta deles, mas não tanto como quando saí pela primeira vez”, garante.