Ricardo Pereira em exclusivo a O JOGO: "É fácil trabalhar com Sérgio Conceição"
<strong>ENTREVISTA EXCLUSIVA - </strong>A cumprir a segunda época consecutiva em Inglaterra, depois de uma passagem bem sucedida pelo Dragão, Ricardo Pereira falou a O JOGO sobre o FC Porto, o Leicester e o sonho de estar no Europeu de 2020.
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Longe vão os tempos em que Ricardo Pereira era extremo. Adaptado a lateral-direito, o internacional português impôs-se definitivamente e tem brilhado no Leicester. O defesa acredita que Corona também pode tornar-se numa adaptação bem sucedida.
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Que conselhos dá aos laterais-direitos do FC Porto que são adaptados, concretamente Corona, Manafá e até Mbemba?
-Se um jogador estiver contrariado a jogar noutra posição isso será meio caminho andado para que as coisas corram mal. Tem de de ir confiante e acreditar nas suas capacidades. Falando do caso do Corona, que é extremo e joga como lateral, tem de ter atenção principalmente às questões defensivas, porque às ofensivas está mais do que habituado. Depois vai ganhando confiança e experiência, porque quanto mais joga naquela posição mais adaptado fica e melhor vai conhecendo o lugar. Com o tempo vai sentir-se mais confortável naquelas funções.
Corona pode ser uma solução definitiva para lateral-direito?
-Sim, sem dúvida. Ele tem muita qualidade tanto a extremo como a lateral. Tem demonstrado isso e pode fazer bem essa posição.
Conhece bem o mexicano. Fisicamente não parte em desvantagem?
-Acredito que não, porque mesmo que ele não seja alto e não seja largo, isso não é tudo. Há a raça, a força mental e, por vezes, isso é mais importante do que a estatura física.
A realizar uma grande época no Leicester, o defesa recorda o tempo passado com o treinador portista, que diz ser um lutador, e acredita que Corona pode afirmar-se definitivamente como lateral
No seu caso, foi difícil convencerem-no a jogar a lateral-direito?
-Não, porque na altura em que comecei a treinar e a jogar aos poucos não tinha muito tempo de jogo. Encarei aquilo como uma situação que me podia dar mais oportunidades e mais tempo para eu fazer aquilo de que gostava. Queria era jogar.
Quem foi o treinador que o convenceu a jogar a lateral-direito?
-Não diria convencer, mas antes o treinador que começou a pôr-me a lateral-direito. Na altura, foi o Rui Vitória em Guimarães. Depois, quando comecei a treinar mais a lateral-direito foi quando vim para o FC Porto. Na altura, com o Paulo Fonseca, só havia três laterais, o Danilo, o Fucile e o Alex Sandro, e comecei a treinar como lateral.
A concorrência era forte...
-Sim, é verdade. Tinha acabado de chegar ao FC Porto e ter jogadores desses foi muito bom para aprender.
No último ano, no FC Porto, foi treinado por Sérgio Conceição. Como foi trabalhar com ele?
-Foi fácil. Ele tem uma maneira característica de trabalhar, é um lutador, e gosta que a equipa jogue com intensidade, que não desista, que jogue coesa. Assim que um jogador se adapta à maneira de jogar que ele quer, à sua paixão pelo jogo e à sua maneira de ser, a equipa vai ser bem sucedida.
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Por vezes devia ser difícil jogar a lateral-direito perto do banco onde estava o Sérgio Conceição...
-(risos) Por acaso não era dos piores. Já tive treinadores piores nesse sentido.
Quem?
-Não vou falar em nomes, é melhor não... Mas já tive piores. É fácil trabalhar com o Sérgio Conceição depois de perceber o que ele quer. Desde que consigamos dar tudo e façamos o nosso melhor, Sérgio não é treinador para apontar nada.
Não lhe dava cabo da cabeça?
-Não. Corrigia aqui e ali, mas não dava cabo da cabeça.