A Youngtimers é uma holding registada na Suíça, líder mundial na facilitação, gestão e manutenção de investimentos alternativos em carros colecionáveis, que possui e opera empresas que prestam serviços a esta indústria.
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O candidato à presidência do Sporting Ricardo Oliveira revelou, em entrevista à agência Lusa, o nome do fundo registado na Suíça, Youngtimers AG, disposto a investir entre 150 a 200 milhões no clube e na SAD.
"Já falei com as pessoas do Conselho Diretivo [da Youngtimers], que já estão ao corrente dos números do Sporting, e a quem já expliquei a minha opinião e como é que isto pode ser uma boa oportunidade para eles e para o Sporting. O que é que eles podem valorizar e trazer para o clube, para que este os queira, e o que é que o clube lhes pode dar para eles quererem o Sporting", explicou Ricardo Oliveira.
Se for eleito presidente, o candidato da lista B não tem dúvidas sobre a postura dos responsáveis da Youngtimers.
"Confiam em mim e analisarão com bons olhos a oportunidade de negócio do Sporting. "Ah! mas você dá esses investidores a outro Conselho Diretivo?" Apresento-os, mas duvido é que façam negócios com ele. O Sporting tem as contas que tem, paga os juros que paga, tem a credibilidade que tem, saem noticias nos jornais a dizer que não paga a agentes, que vai ser castigado pela UEFA porque não paga não sei o quê. É obvio que isto não dá confiança ao mercado e, por essa razão, o Sporting não pode financiar-se nos mercados", salientou.
A Youngtimers é uma holding registada na Suíça, líder mundial na facilitação, gestão e manutenção de investimentos alternativos em carros colecionáveis, que possui e opera empresas que prestam serviços a esta indústria.
Para Ricardo Oliveira, um negócio desta envergadura baseia-se na confiança e o candidato assume que na sua vida e carreira profissional lidou com muitos negócios deste tipo, criando relações com gente com muita capacidade financeira, que nele confia, a ponto de integrar o projeto em que essas pessoas estão envolvidas.
"São pessoas com muita capacidade financeira. Não estou a falar de milhões, estou a falar de biliões. E que confiam em mim para gerir certos negócios delas", explicou o candidato à presidência dos leões, convicto de que não será difícil para si convencê-las de que o Sporting é uma boa oportunidade de negócio.
Segundo ele, essas pessoas atribuíram-lhe a responsabilidade de procurar oportunidades de negócio em desporto e de as canalizar para um negócio como o Sporting: "Se for eleito presidente do clube, deixarei de exercer as funções [de diretor-executivo da Youngtimers], visto que haveria um conflito de interesses óbvio, que não afetaria a confiança que eles têm em mim."
Ricardo Oliveira está preocupado com a situação financeira do Sporting, razão pela qual, tendo ele a capacidade e os conhecimentos com pessoas que estão no mundo dos negócios, considera que seria um ato de covardia não se candidatar à presidência só porque é muito difícil, e garante que o faz por acreditar que tem as soluções a curto prazo para resolver os problemas do clube.
"Pego num investidor com interesses no setor, e digo-lhe: "Preciso de 200 milhões de euros, com um juro mais baixo. Destes 200 milhões, pego em 40, fico com 160 e pago as VMOC"s (Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis). Fico com 88 por cento das ações, mas não preciso delas. Não modifica o poder de gestão do Sporting sobre a SAD. O Sporting tem atualmente 62 por cento da SAD, se tiver 88, e vender 25, fico com 63. Se vender esses 25 por cento a um parceiro que tenha "know-how" no setor, se calhar vendo essas ações a valor nominal ou proponho uma posição de relevância no Conselho Diretivo da SAD", explicou Ricardo Oliveira.
Entrando mais no detalhe, o candidato da lista B faz um exercício: "Compro as VMOC´s por 40 ME e vendo 25 por cento da SAD. Devia 200 ME ao investidor, mas pago-lhe 100 do valor nominal da venda das VMOC´s. Agora já só devo 100, mas tenho 160. Agora, com estes 160, estou tranquilo porque posso fazer investimento. Para criar mais valia é preciso investir".
A rematar, Ricardo Oliveira faz um alerta aos sportinguistas: "Este mandato pode ser o último em que os sócios têm possibilidade de decidir o destino e o futuro do Sporting, no dia 31 de dezembro de 2026, que é o dia em que as VMOC"s se convertem".
As eleições dos órgãos sociais do Sporting para o quadriénio 2022-2026 decorrem no sábado, das 09:00 às 20:00, no Pavilhão João Rocha, em Lisboa, com três candidaturas a sufrágio: Frederico Varandas (lista A), Ricardo Oliveira (lista B) e Nuno Sousa (lista C).