Ricardo Horta falou a O JOGO sobre a época do Braga e, antes de receber o Sporting, recordou a partida da primeira volta, em Alvalade, que terminou com um empate a duas bolas. Para o extremo, o quarto lugar começa a parecer curto...
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Ponto prévio: a entrevista a Ricardo Horta foi feita antes da intensa troca de palavras dos últimos dias entre António Salvador e Bruno de Carvalho. Mesmo assim, o extremo não se escondeu quando falou sobre o jogo grande da jornada, que pode colocar o Braga mais perto do pódio.
Esta é a melhor fase do Braga nos últimos dois anos?
-Estamos a jogar bem, temos seis vitórias consecutivas, e apenas um golo sofrido nesses jogos. Por isso, este é o nosso melhor momento. Aliás, pelo que temos feito, até posso dizer que o quarto lugar é curto. Podíamos já estar em terceiro, até mais próximos do segundo... A verdade é que estamos a fazer bastantes pontos, mas, no final, continuamos no quarto lugar.
Têm 61 pontos, estão em condições de bater o recorde do clube (71 pontos). O que falta para ultrapassar os grandes?
-Tem faltado que eles escorreguem. Ainda recentemente o Sporting ganhou duas vezes nos descontos. Já os podíamos ter ultrapassado ou, pelo menos, estar mais perto. Mas a realidade é esta, temos de continuar a ganhar os nossos jogos, até porque vamos receber o Sporting e ainda vai haver um Sporting-Benfica.
"Já podíamos estar em terceiro..."
Este jogo com o Sporting vem no melhor momento?
-Para nós tinha sido melhor que o campeonato nem sequer tivesse parado. Esta paragem foi mais benéfica para o Sporting, uma vez que eles têm tido alguns jogos desgastantes na Liga Europa. Podíamos tê-los apanhado numa fase em que estivessem mais cansados, mas, na realidade, nós também temos aproveitado estes dias para recuperar energias.
Têm a oportunidade de se colar ao Sporting. Já se sente a tensão no balneário?
-Não, nenhuma, estamos muito tranquilos. Só temos de continuar no mesmo registo. As expectativas são as melhores. Vamos jogar em casa, perante os nossos adeptos, estamos numa boa fase, e sentimos que temos tudo para vencer mais este jogo.
Com os grandes, têm quatro derrotas e um empate. É aí que está a diferença na Liga?
-Neste campeonato, é capaz de ser, mas já houve vários campeonatos que se decidiram nos outros jogos. Estou a lembrar-me de uma época em que o Benfica foi campeão sem vencer nos confrontos com os grandes. Acredito que é circunstancial. Esta época, temos tido essa malapata com os grandes, mas estou convencido de que vai acabar já no jogo com o Sporting.
Apesar de tudo, podiam ter vencido em Alvalade. Esse jogo ficou-vos atravessado?
-Ficou mais atravessado em mim, porque fiz o penálti mesmo no final... Nesse jogo, o míster acabou por dar os parabéns à equipa. Estávamos a perder (0-1), conseguimos dar a volta (2-1), e só perdemos perto do fim com o tal penálti. Nesse jogo, como em tantos outros, mostrámos que sabemos reagir às adversidades. Podemos não ganhar sempre, mas as pessoas podem ter a certeza de que damos sempre o máximo para vencer.
Que balanço faz da época?
-Para esta época ser brilhante, tínhamos de ter chegado à final-four da Taça da Liga. Aquela derrota em Setúbal foi desapontante. E talvez irmos um pouco mais longe na Taça de Portugal, apesar de termos perdido frente a uma boa equipa, como é o caso do Rio Ave. Mesmo assim, estamos a fazer um ótimo trabalho no campeonato. Na Liga Europa passamos a fase de grupos e só caímos perante o Marselha, depois de termos feito um mau jogo em França.