Visão do título, prometida com firmeza esta semana, num prazo de quatro anos, funciona também como motivação, uma espécie de meta perfeita para o seu jogador mais chamativo
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Símbolo em Braga, já com nove épocas de inestimáveis serviços, com números revolucionários na história do clube, Ricardo Horta quebrou todos os recordes como jogador: mais jogos (423) e mais golos (138). Colocou ainda as mãos numa Taça de Portugal e em duas Taças da Liga. Após ter estado perto de sair, muito assediado, procurado insistentemente pelo Benfica, o criativo tem a vida organizada, aos 30 anos, para não trocar os guerreiros por nada e, esta semana, descobriu nova motivação, ouvindo, presencialmente, António Salvador declarar que os próximos quatro anos, após a recondução para mais um mandato no próximo dia 24, serão marcados por um ataque deliberado do Braga ao título nacional. Um sonho que virou desejo e transformou-se, como nunca, numa meta do presidente, seguramente bem acolhida pelo capitão e pilar da história recente dos minhotos.
Se alguém merece, pelos feitos e recitais de golos e assistências, abraçar uma glória tão febril e inaudita é Ricardo Horta, expoente de conquistas e do descaramento dos guerreiros, olhos nos olhos com os mais poderosos. Com contrato até 2028, o extremo será cabeça de cartaz deste projeto mais ambicioso de Salvador e quem o conhece projeta esse prémio desejado. Miguel Cardoso, que brilha no Kayserispor, da Turquia, evoluiu com Horta na formação do Benfica. “Acompanho com atenção o sucesso dos meus antigos colegas. E fico muito orgulhoso do Horta, tudo o que já fez em Braga foi incrível. Mereceu esta afirmação na história do clube e tornou-se o seu melhor jogador de sempre. Não vai ficar por aqui”, garante o extremo, acreditando que o repto de Salvador é alcançável. “É um objetivo legítimo do clube, e seguramente vamos ver um contributo muito forte dele nos próximos quatro anos. Era mais do que justo por tudo o que já conseguiu, e pelo que tem representado para o Braga, poder despedir-se com um título dessa envergadura. Acredito que é possível e que ele será influente, caso isso aconteça”, sustenta Miguel Cardoso, exaltando a categoria do velho amigo. “É impressionante como lê o jogo, como se posiciona entre linhas e como aparece a finalizar”, atira. Horta fará, contra o Casa Pia, o seu 53.º jogo da época, máximo de carreira na Pedreira.