Atingiu a marca dos 100 golos só pelos minhotos, entrando numa galeria de quatro nomes fora dos três grandes
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Ricardo Horta abriu a contagem da época, de penálti, faturando diante do Tondela, ajudando a selar a entrada vitoriosa da equipa na I Liga e ampliando o seu livro de recordes, de feitos que se discorrem sem fim desde que chegou a Braga, estando a cumprir a décima época com o seu nome já guardado a letras garrafais na história dos guerreiros, fazendo das suas marcas registos praticamente imbatíveis para quem venha durante largas gerações.
Recordista de golos e jogos em Braga, Horta assinou o seu céntesimo tiro certeiro pelos arsenalistas no campeonato, o 139.º no seu pecúlio em todas as competições. Fruto da sua longevidade, liderança e assertividade no último terço, sem baquear com lesões ou quebras de rendimento, o craque dos minhotos entrou noutra distinta galeria, pois, fora dos três grandes, é apenas o quarto jogador a somar 100 golos ou mais, o que aconteceu com Bentes, na Académica, Matateu e Rafael Correia, no Belenenses. Ninguém em Braga o fez, ou ousou tão poderoso balançar das redes. A lista ganha vários nomes, agarrando lendas de Benfica, FC Porto e Sporting.
A vitalidade de Ricardo Horta já foi escalpelizada e enaltecida, não havendo nenhum antigo colega que finte os seus méritos em Braga. É por demais evidente a admiração. Neste contexto chega o olhar de Pedro Tiba, médio que, agora, encerrou carreira no Chaves, companheiro do criativo em Braga em 2016/17, arrancava Horta a edificação de monstruoso legado na Pedreira. Viu, portanto, de perto, os primeiros remates certeiros na contagem da centena. “Nem vale a pena falar dos golos, o Ricardo é um jogador de equipa, primeiro que tudo! Conheci-o jovem e nele já residia essa qualidade inquestionável. Já tinha sido seu colega no Vitória de Setúbal. Depois, direi que tem estado sempre entre os melhores finalizadores da Liga. É um orgulho ver que se transformou numa das maiores figuras de sempre do Braga”, elogia Tiba, ciente de um caminho traçado de forma imaculada com uma coleção vasta de requisitos.
“Sempre foi um jogador inteligente e com muita qualidade, mas destaco como se tornou um líder. A alegria e disponibilidade para treinar fez com que ele ficasse assim”, sustenta o médio, atravessando o tempo num olhar preciso às honras de um amigo. Menos convicto, mas a torcer, está longe de imaginar o Braga campeão nacional como o derradeiro e supremo paladar de uma carreira tão produtiva no clube. “Seria algo histórico e acredito que um dia pode acontecer. Mas é muito difícil, porque o nosso campeonato está desenhado para os três grandes ganharem sempre. Acho que toda a gente o sabe, mas seria ótimo mudar esse poder no futebol português. E seria algo incrível para o Ricardo.”