Os estabelecimentos do ramo preparam-se para encher em dias dos jogos na esperança em recuperar a faturação perdida no confinamento. Mas há clientes que receiam confusões.
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A bola volta a rolar no dia 3 de junho, mas sem festa nas bancadas.
O futebol voltará com menos força, menos entusiasmo e trará uma esperança tímida de mais negócio para cafés e restaurantes com assinatura da Sport TV.
A pandemia da covid-19 virou o mundo ao contrário e forçou a criatividade. A redução da capacidade máxima dos estabelecimentos, de forma a assegurar o distanciamento físico de dois metros, entre as pessoas impõe um novo exercício na relação com o cliente.
Se por um lado, a retoma da competição constitui uma luz ao fundo do túnel para o aumento da faturação, por outro levanta a questão de como será controlada a maior afluência para assistir aos jogos na televisão. Esta questão encontrou vários tipos de respostas, influenciadas pela experiência presente, uma semana depois da reabertura do setor da restauração. "Nota-se que as pessoas ainda têm receio de ficar dentro do café e preferem a esplanada." É o argumento de António Branco, partilhado por todos os gerentes com quem a reportagem d"O JOGO conversou na conhecida Praça Velasquez, que se enche de core e emoção em dias de jogo no Estádio do Dragão. "Será que as pessoas vêm e não terão receio de estar muita gente a ver os jogos?", interroga o mesmo interlocutor.
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Um pouco mais adiante, António Rito torce para que o futebol seja o impulso que falta para reabilitar a tesouraria e compensar a diminuição de cem para 23 mesas. As esplanadas serão a solução para mitigar a ansiedade de gerentes e clientes. Haverão ecrãs no exterior e atenção redobrada para que a segurança seja cumprida. Há a convicção de que não será necessário recorrer a meios mais duros para aplacar ânimos. As gerências tiveram o cuidado de formar empregados para saberem como proceder se a lotação esgotar, pelo que há um sentimento partilhado de confiança de que não haverá problemas. "As pessoas têm seguido as normas sem que lhes sejam exigidas", destacou Manuel Mendes, sentado na sala vazia do "Your Palace", mas com consumo garantido na esplanada. O acesso ao restaurante já é controlado e assim se manterá em dias de futebol, "tentando explicar aos clientes que não podem entrar se já estivermos com lotação máxima". "Não faremos nada de diferente do que estamos a fazer", acrescentou, fazendo fé "que as pessoas continuem a entender que as regras são para cumprir".
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Os dispensores de gel estão à entrada, os desinfetantes das mesas estão à vista de todos, os lugares ao balcão estão vedados e não falta sinalética no chão. Higiene e segurança estão garantidas. "Quando houver golos, as pessoas vão começar aos abraços. É melhor nem vir ao café", atirou Joaquim Torres, enquanto pagava o café ao meio da manhã. Uma desconfiança que teve pouco eco em clientes "otimistas" como Mário Ramos: "Vai correr tudo bem. As pessoas estão muito conscientes." José Pina discorda. "Vou para casa de amigos. Estará muita gente nos cafés. Se calhar não será possível cumprir a lei e pode haver conflitos".