Agente FIFA Faustino Gomes garante ter "boa relação" com André Villas-Boas
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Faustino Gomes, um dos representantes envolvidos no caso de Cardoso Varela, internacional português de sub-17 do FC Porto, fez este domingo um esclarecimento quanto à situação do jogador, cujo paradeiro não seria, afinal, desconhecido para o clube, de acordo com o agente.
"O Cardoso Varela, depois do Europeu, esteve no Dragão e ia para a escola fazer exames, não foi raptado. Em nenhum momento constou o meu nome oficialmente nos documentos, quer procuração, quer contrato com a Puma ou mesmo com o FC Porto. Sempre foi a família que assinou", começou por dizer em comunicado.
"Ficou provado, perante as autoridades competentes, que não houve rapto. Tudo foi feito com consentimento da família do miúdo. Fui eu que o levei para o FC Porto quando ninguém o conhecia… Foi um processo que começou com Fernando Gomes, o Bibota, e veio-se arrastando por muito tempo com Pinto da Costa. O presidente André Villas-Boas, antes do término do contrato, no dia 30 de junho, tudo fez para levar esse caso a bom porto, mas infelizmente não houve acordo com a família", continuou.
"Depois da reunião de dia 28 com o diretor do FC Porto, que se deslocou a minha casa, onde o Varela fica sempre nas férias e esteve com o jogador, no dia 29 fiz questão de marcar novamente outra reunião entre a família e o Sr. Presidente André Villas-Boas a um dia antes do término do contrato de formação", disse ainda, concluindo de seguida, garantindo ter boa relação com Villas-Boas:
"O papel de representante de um atleta menor nunca estará acima da decisão familiar, que fique claro, sigo as coordenadas da família. São eles que mandam como dita a lei. Não posso abandonar o miúdo, que não tem culpa de nada e que tem muito afeto comigo, só porque não houve acordo ambas as partes. Tenho boa relação com o presidente Villas-Boas, ainda ontem estivemos a falar, porque tenho mais atletas no FC Porto e ele sabe qual é a minha posição no processo."
Recorde-se que, depois de muito tempo sem se conhecer o paradeiro de Cardoso Varela, extremo de 15 anos do FC Porto que brilhou no último Europeu Sub-17, os dragões tomaram conhecimento de uma viagem para a Croácia, na companhia de um alegado representante legal do jogador em Portugal, Wilson Sardinha, e de Faustino Gomes, agente FIFA.
A ideia passará por colocar o jovem no Dinamo Odranski Obrez, emblema da quarta divisão croata, até outubro, altura em que Cardoso completa 16 anos e, a partir daí, já poderá assinar contrato profissional. A paragem seguinte seria outro campeonato estrangeiro, presumivelmente o futebol alemão.
No entanto, o FC Porto não se conforma com os contornos tão insólitos quanto graves deste caso e vai até às últimas consequências. Face a estes novos desenvolvimentos, O JOGO apurou que o clube azul e branco e a Federação Portuguesa de Futebol já entraram em contacto com a federação da Croácia para expor uma situação que também motivou queixas à FIFA e às autoridades nacionais, além da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens.