Repescado com ingleses à porta: Leonardo Fajardo saltou para a ribalta no FC Porto
Leo Fajardo começou num clube modesto da AF Lisboa, passou pelo Sporting e faz furor no FC Porto
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Goleador em praticamente todas as equipas que representou ao longo do percurso na formação, Leonardo Fajardo saltou para a ribalta com o golo que apontou ao Felgueiras, na sexta-feira, no jogo-treino que encerrou uma semana de sonho com a equipa principal. Chamado por Martín Anselmi para colmatar a ausência de vários internacionais, o avançado deixou bem vincadas as credenciais que fazem dele o melhor marcador da equipa de sub-19 do FC Porto, com 16 remates certeiros em 24 desafios.
Melhor marcador dos sub-19, entrou para o bloco de notas de Anselmi com o golo ao Felgueiras. Começou como central por ser mais alto que os demais até se tornar um goleador. Brilhou ao lado de Mora
A história de Fajardo, porém, não foi tão linear como a de outros atletas da mesma faixa etária. Natural de Chelas, deu os primeiros passos no modesto Vitória da Picheleira, da AF Lisboa, foi ao Seixal realizar testes para representar o Benfica e acabou por rumar ao Sporting. Na altura, estava longe de imaginar que a sua especialidade seria marcar golos e não evitá-los. Afinal, por ser mais alto do que os demais, começou por ser aposta como central, passando mais tarde pelos flancos até se fixar como ponta-de-lança.
16 - São os golos que Léo Fajardo tem pelos sub-19: 14 foram apontados na primeira fase e dois na de apuramento do campeão
Nesta fase, já a aventura em Alcochete havia ficado para trás, por falta de oportunidades, e os golos que marcava no Linda-a-Velha, para onde se transferiu por influência de um amigo e para onde viajava na companhia do pai, começavam a prender a atenção do FC Porto. Ao segundo estágio com os portistas, acabaria por convencer os responsáveis da formação do clube, mudando-se de malas e bagagens para a Casa do Dragão e entrando diretamente nos sub-14. A dupla que formou com Rodrigo Mora em 2021/22, nos sub-15, causou mossa, mas os 36 golos que apontou não foram suficientes para lhe garantir uma vaga na equipa principal dos sub-17.
Da cobiça internacional ao contrato profissional
A falta de minutos, combinada com as saudades da família, motivaram o regresso de Léo Fajardo a Lisboa. Desta vez, o destino foi o Casa Pia, onde o irmão, Santiago, também jogaria uns meses. O passo foi dado com a anuência do FC Porto, que, no entanto, nunca o perdeu de vista. De resto, também não seria fácil, por força dos 28 remates certeiros em 30 jogos realizados pelos sub-17 casapianos em 2023/24. Com isso, despertou novamente o interesse dos dois grandes da capital, foi associado a PSG, Manchester United e Ajax e, devido à ligação à agência “New Era”, de que o irmão de Rio Ferdinando, Anton, é embaixador e mentor, podia ter rumado a Inglaterra no defeso. Todavia, optou por manter-se nos azuis e brancos, com que assinaria o primeiro contrato profissional, válido até 2027.
A eficácia entretanto revelada nos sub-19, principalmente na primeira fase do campeonato, já haviam levado João Brandão a chamar Fajardo para alguns treinos com a equipa B. Com a forte concorrência de Anha Candé , de Melnichenko e Leonardo Vonic a partir de janeiro, todavia, os portistas optaram por mantê-lo nos juniores, onde evolui sem queimar etapas, com a certeza de que o golo ao Felgueiras já o colocou no bloco de notas do treinador da equipa principal.