Médio criativo de 19 anos transformou a época de estreia na Liga Revelação num cartão de visita. O espinhense confidencia a O JOGO que a temporada não começou como esperava, mas manteve a confiança e, com trabalho e o apoio da equipa minhota, acabou por assinar “a melhor época até agora”
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Tem 19 anos e confirmou esta temporada o seu potencial na Liga Revelação ao serviço do Vizela. Renato Valente, médio criativo, estreou-se na competição de sub-23 e não tardou a destacar-se como uma das figuras da formação minhota: foi o jogador com mais participações em golos na Série A e terminou entre os três melhores, tanto no número de assistências como de golos marcados. Um desempenho de excelência, que assinala uma época de clara afirmação pessoal. “Sim, foi a minha melhor época até agora. No início do ano não imaginava que acabaria assim, mas com o meu trabalho e o apoio da equipa fechei a temporada com o sentimento de dever cumprido”, partilhou, em declarações a O JOGO.
Renato admite que o arranque da época não foi fácil. Não teve os minutos que esperava, mas nunca perdeu o foco nem a motivação. “No início jogava pouco, mas continuei a trabalhar. Quando surgiram as oportunidades, consegui aproveitá-las. Foi uma época difícil, mas muito positiva. Cresci bastante e mostrei aquilo que sou capaz de fazer”, assumiu. Foi também um ano de adaptação a novas exigências, em que atuou com frequência fora da sua posição de origem. “Melhorei muito no capítulo ofensivo, sobretudo no remate e no drible. Foi um ano importante para evoluir enquanto jogador.”
A nível coletivo, o Vizela rubricou uma campanha sólida. Terminou em primeiro lugar na Série A da Liga Revelação e alcançou o quinto posto na fase de campeão. Na Taça Revelação, caiu apenas nas grandes penalidades, frente ao Gil Vicente. “Fizemos uma época consistente, em que quisemos sempre jogar com qualidade e dominar o adversário. O objetivo era melhorar em relação à época passada e conseguimos isso em termos pontuais. Infelizmente, não conseguimos conquistar a Taça Revelação, mas acreditávamos que era possível”, disse Renato, que destaca ainda o espírito competitivo do grupo como um dos trunfos da temporada. “Tivemos algumas dificuldades, como lesões e saídas de jogadores, mas mantivemos a nossa identidade. É um plantel muito bom, com qualidade técnica e tática, e todos queriam vencer.”
Sonho é jogar ao lado do irmão Rodrigo Valente
Desde que se lembra, Renato vive o futebol com a mesma naturalidade com que calça as chuteiras. Aos quatro anos, após passar tardes inteiras a ver o irmão mais velho jogar, pediu aos pais para entrar numa equipa. Hoje, com nome próprio no meio-campo dos sub-23 do Vizela, não esconde quem é a sua maior referência. “O meu irmão Rodrigo é a minha grande inspiração. Acompanhei todo o percurso e admiro muito aquilo que conquistou. Jogar com ele seria um sonho tornado realidade”, disse. O irmão é Rodrigo Valente, médio internacional português, formado no FC Porto, vencedor da Youth League e atualmente no Felgueiras.