Duas graves lesões colocaram em causa o trajeto de um dos jogadores mais promissores da sua geração, mas, aos 25 anos, Reisinho sente que está preparado para triunfar
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A atravessar um momento de enorme felicidade, Reisinho não esquece os momentos difíceis que passou, devido a duas graves lesões sofridas no joelho esquerdo.
Fez mais jogos (33) esta época do que nas quatro anteriores (22). Por tudo isso, o golo ao Vizela teve um sentimento especial?
- Sim, eu joguei pouco nas épocas anteriores e sabia que já não olhavam para mim da mesma forma, mas na pré-época estava mais fresco e psicologicamente estava bem. Felizmente consegui mostrar ao míster Petit que podia contar comigo. Se um jogador joga, a cabeça é diferente, o corpo começa a reagir e está mais ativo. O nosso início de época foi muito bom e isso também ajudou. O segredo foi nunca deixar de acreditar em mim. Agradeço muito também ao míster Petit pela oportunidade que me deu quando muita gente duvidava. Agora estou preparado para triunfar.
“Ter uma recidiva passados dez ou 11 meses, parecia que o mundo tinha acabado”
Como viveu esses momentos, essas duas lesões graves?
-Foram os momentos mais difíceis da minha carreira, principalmente a segunda lesão, porque a primeira encarei-a muito bem. Ter uma recidiva passados dez ou 11 meses, parecia que o mundo tinha acabado. Mas tive a ajuda do departamento médico do Boavista, a quem agradeço. Hoje sinto-me orgulhoso de ter conseguido, sei que aprendi muito e chorei de felicidade. O futebol é bonito por causa disto.
Sentia que nunca mais chegaria a um patamar elevado?
-Na segunda lesão senti isso. Tive o acompanhamento do doutor José Carlos Noronha e ele disse-me que, se não recuperasse bem, podia ter a minha carreira em risco. Aí senti medo e a pressão de querer recuperar bem. E também tive a ajuda de grandes profissionais. Lembro-me de uma conversa com o meu fisioterapeuta, o Tiago Pizzi, que trabalha na Boavista. Ele disse-me que as grandes batalhas são os para grandes guerreiros e que eu só tinha duas opções, ou passava isto a bem ou a mal. Interiorizei isso e disse-lhe que ia conseguir. Isto é o destino.
Aos 25 anos, que sonhos alimenta?
-Não penso muito a longo prazo, apenas no presente. Comecei a dar valor a outras coisas. Quando era mais novo, queria jogar isto ou aquilo, agora não. Quero desfrutar, passo a passo, fazer o maior número de jogos, golos e assistências. O resto vai aparecer naturalmente. Há que aproveitar o momento e desfrutar.